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Mais de 30.000 militares e policiais são mobilizados para eleições na Nicarágua

As eleições serão observadas por 180 "acompanhantes" convidados pelo governo, que rejeitou a observação internacional de organismos como OEA e União Europeia (UE)

Membros das tropas especiais da polícia e da guarda do Exército da Nicarágua nas urnas em um centro de distribuição do Conselho Supremo Eleitoral (CSE) em Manágua, em 7 de novembro de 2021 - Oswaldo Rivas / AFP

Mais de 30.000 policiais e soldados serão mobilizados a partir desta segunda-feira (1) na Nicarágua, segundo fontes oficiais, para resguardar as eleições de domingo, nas quais o presidente Daniel Ortega tentará o quarto mandato consecutivo, sem adversários de peso.

O tribunal eleitoral, com a ajuda de militares e policiais, começou a distribuição de caixas com as cédulas eleitorais, a tinta indelével e outros materiais que serão usados nos mais de 3.000 centros de votação, anunciou a presidente do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), Brenda Rocha, durante ato oficial.

O comandante do Exército, general Julio Avilés, informou no ato que 15.000 soldados participarão do plano de segurança, com o apoio de 600 meios de transporte terrestre, 400 equipamentos de comunicação de rádio, sete veículos aéreos e 80 embarcações da Marinha.

A polícia, por sua vez, vai mobilizar 16.665 homens e disporá de 3.000 meios de transporte e 600 veículos de comunicação para proteger os centros eleitorais, bem como fazer operações de patrulha.

A distribuição do material eleitoral para as 13.459 seções de votação começou nas regiões remotas do Caribe Norte e Sul, com "o valioso apoio da polícia e do exército", afirmou Rocha.

A funcionária informou que por volta da meia-noite do próprio 7 de novembro espera-se a divulgação dos primeiros resultados.

As eleições serão observadas por 180 "acompanhantes" convidados pelo governo, que rejeitou a observação internacional de organismos como OEA e União Europeia (UE).

Cerca de 4,3 milhões de nicaraguenses - de uma população total de 6,5 milhões - são convocados a votar nestas eleições nas quais Ortega, que governa há 14 anos, disputa com sua esposa, Rosario Murillo, como candidata pela segunda vez à vice-presidência.

Ortega concorrerá com cinco partidos de direita, cujos candidatos são praticamente desconhecidos da população.

A oposição foi excluída do pleito. Sete pré-candidatos presidenciais estão detidos e três partidos foram tornados ilegais. O governo acusa seus opositores de "golpistas", "traidores da pátria" e fazerem "lavagem de dinheiro".