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Moradores retomam visita ao Cemitério de Santo Amaro neste Dia de Finados

Cemitério é o maior do Recife

Moradores voltam a visitar o Cemitério de Santo Amaro neste Dia de Finados - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Maior cemitério público do Recife, o Cemitério de Santo Amaro, localizado na área central da cidade, registrou na manhã desta terça-feira 2 de novembro, Dia de Finados, movimento tranquilo de visitantes.

O aglomerado de pessoas era visto na entrada do espaço, mas logo a seguir era dispersado, com os familiares e amigos espalhando-se por entre os corredores onde estavam enterrados os entes queridos.

Diferente de 2020, que registrou movimento atípico de familiares e amigos dos mortos, em decorrência da Covid-19, este ano é possível registrar um retorno de visitantes que, em sua maioria, adentram o cemitério portando máscaras e fazendo uso do alcool  em gel.
 

De acordo com Adriano Freitas, diretor Financeiro e Administrativo da Empresa de Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a expectativa é de que receber uma média de 20 mil pessoas nos cinco cemitérios municipais da cidade - além de Santo Amaro, o de Parque das Flores e os cemitérios da Várzea, Casa Amarela e Tejipió.

Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Ainda segundo ele, há vigilância em todas as localidades para o uso correto das máscaras e higienização das mãos por todos os visitantes. “A grande maioria tem cumprido os protocolos, e estamos satisfeitos com a consciência das pessoas sobre isso. Estamos voltando à normalidade, as pessoas estão visitando seus entes queridos e com o cuidado necessário “, destacou.

Missa
A capela do Cemitério de Santo Amaro voltou a celebrar missas no Dia de Finados - fato que não ocorreu em 2020 para evitar aglomeração em face da Covid-19. A celebração foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.

Com público restrito no interior da capela, fiéis acompanharam a pregação do arcebispo em cadeiras distribuídas em frente e na lateral da capela. 

“Eu senti falta o ano passado. Vim visitar minha mãe, mas não teve missa. Esse ano cheguei cedo, já fui até o túmulo dela e agora vou finalizar aqui na capela. Ficou completo o Dia de Finados”, contou a aposentada Maria de Socorro Perpétuo, 73, moradora de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. 

No início da tarde, às 14h30, vai ser realizada outra celebração na capela, seguida da recitação do terço. No final da tarde, às 16h, a missa será presidida pelo padre João Crisóstomo, encerrando as celebrações eucarísticas na capela.

Chico Science sempre celebrado
O garçon Pereira Campos, morador de Casa Amarela, costuma celebrar Chico Science (1966-1997) em morte, o tanto quanto exaltava o cantor e compositor olindense em vida.

Caracterizado com as vestimentas do principal nome do Movimento Manguebeat em Pernambuco, há mais de duas décadas ele é visitante assíduo do túmulo em que foi enterrado o líder na Nação Zumbi no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife. E nesta terça-feira (2), Dia de Finados, ele manteve a rotina. 
 

Pereira Campos é visitante assíduo do túmulo de Chico Science, no Cemitério de Santo Amaro  Crédito: Arthur de Souza

“É no do aniversário de vida e de morte dele eu faço essa mesma visita a ele, e em um dia como hoje também. Nem sempre trago flores ou velas, mas pensamento positivo como este ano, já basta. Não cabe tristeza, mas só saudade e a música dele não morre, o que ele deixou como legado segue e cabe a nós eternizar o trabalho dele”, ressalta.

E foi na companhia de amigos, todos vizinhos do mesmo bairro e fãs de Chico Science, que Pereira marcou presença em mais um Dia de Finados no Cemitério de Santo Amaro, performando em frente ao túmulo e reproduzindo uma frase do saudoso "Rei da Manguetown": "A esperança é quando a dor presente nos faz tentar outra vez (...) Salve, salve". 

 

 

 

 a esperança é quando a dor presente nos faz tentar outra vez