Veja 5 coisas que a chegada do 5G pode mudar na sua vida
Para além de quase R$ 50 bi que o leilão deve movimentar entre outorgas e investimentos, as possibilidades da nova geração de telefonia vão mudar seu dia a dia
O tão esperado leilão de licenças de operação do 5G, a quinta geração de telefonia móvel, será realizado nesta quinta-feira.
O Brasil está atrasado na nova tecnologia, que começou a operar em outros países em 2019, mas as empresas do setor veem grande potencial no início da instalação das redes 5G, que prometem turbinar a velocidade de conexão.
Quinze empresas de telecomunicações vão participar do certame. Para além dos quase R$ 50 bilhões que o leilão promete movimentar entre outorgas e compromissos de investimentos, as possibilidades que o 5G promete abrir devem mudar a forma como o brasileiro se relaciona com a internet e o mundo virtual.
A internet nos smartphones poderá ficar até cem vezes mais rápida que a do 4G, a tecnologia anterior que é a mais avançada disponível hoje, possibilitando uma infinidade de novos usos, serviços e “realidades” que vão dividir espaço com os já populares streaming de vídeos e músicas.
O governo vai ofertar quatro faixas diferentes para a operação das redes: de 700 MHz (megahertz), 3,5 GHz (gigahertz), 2,3 GHz e 26 GHz. Por isso, quando as operadoras lançarem o 5G comercialmente, o consumidor vai precisar comprar um novo aparelho que seja compatível com a nova tecnologia.
Segundo André Gildin, analista da consultoria RKKG, os celulares mais modernos lançados neste ano já são aptos para o 5G, pois são multibanda. Ele lembra que as frequências de 700 MHz e 3,5 GHz são as mais populares hoje em todo mundo.
— Essas duas frequências são muito usadas em todo o mundo e já têm um ecossistema, com aparelhos e equipamentos. Por isso, essas duas faixas são muito importantes no Brasil — diz o especialista.
Assim, é importante que o consumidor, antes de comprar um novo celular, verifique se o aparelho opera nessas faixas. Em geral, dizem os especialistas, os modelos mais recentes da Samsung e da Apple já são aptos para a quinta geração de telefonia.
O 5G vai permitir velocidade móvel de até 1 giga por segundo. Em teoria, isso significa uma internet cem vezes mais rápida que o atual 4G. Mas, na média dos países da Europa e nos Estados Unidos, a quinta geração de telefonia têm permitido velocidade entre 30 e 50 vezes maior que o 4G atual.
Essa maior velocidade vai permitir baixar fotos e assistir filmes quase que de forma instantânea. A chamada latência também é baixa na nova tecnologia, o que significa uma transmissão de dados mais fluida e sem demora para carregar.
Além disso, permitirá movimentos simultâneos entre duas pessoas interagindo na rede, como em games ou no uso de um aplicativo de ginástica, por exemplo.
Atualmente, as companhias oferecem o chamado 5GDSS, que oferece velocidade maior que o 4G mas ainda bem longe do potencial do 5G. O DSS combina diferentes faixas para permitir maior velocidade. Embora não seja o 5G real, o DSS é considerado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) como um padrão de conexão 5G.
Além de games e filmes, o 5G vai favorecer possibilidades de novas experiências digitais, como realidade virtual e aumentada. Para isso, estão sendo aprimorados produtos e equipamentos, como óculos que permitem experiências imersivas.
É o que gigantes de tecnologia globais como Facebook e Microsoft pretendem concretizar no chamado metaverso, uma espécie de mundo paralelo digital que poderia permitir a interação entre usuários com avatares em situações de lazer, estudo ou trabalho.
A velocidade da conexão de internet móvel será decisiva para a combinação de imagens e possibilidades infinitas de interação em tempo real.
— O 5G vai trazer ultravelocidade de conexão para o dia a dia. Isso vai trazer novas possibilidades. Por isso, as empresas já começam a investir na criação de novos ambientes virtuais com o metaverso. Será possível criar experiências customizadas e novas — diz Rafael Pistono, sócio do PDK Advogados.
O 5G vai permitir acelerar o desenvolvimento de novas indústrias no campo da chamada internet das coisas (IoT) e promete mudar a relação das pessoas com bens de consumo.
Com conexão mais veloz, por exemplo, devem avançar tecnologias como as do carro autônomo e a telemedicina, que permitirão, por exemplo, cirurgias remotas com maior precisão.
Produtos de consumo como tênis, geladeiras, cafeteiras e até escovas de dente já contam com chips e sensores para exercer funções de forma autônoma ou prover dados.
Além disso, Pistono destaca o desenvolvimento de soluções para cidades inteligentes, com sistemas automáticos de iluminação pública e coleta de lixo.
Uma das faixas que serão licitadas pela Anatel no leilão do 5G será a de 26GHz. Segundo os especialistas, essa faixa é voltada para a construção de redes privativas para a indústria.
O 5G vai permitir automatizar ainda mais processos fabris com o uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina, por exemplo.
Vai permitir também ainda criar novas aplicações para setores como o agrícola, com a capacidade de aumentar a produtividade no campo.
Isso significa que a nova tecnologia pode afetar negócios e empregos.