PERNAMBUCO

Mais de 90% dos que morreram por Covid-19 nos últimos 10 meses estavam sem o ciclo vacinal completo

Secretário Estadual de Saúde, André Longo - Melissa Fernandes // Folha de Pernambuco

Dos 9.103 óbitos registrados em Pernambuco por Covid-19, no período de 19 de janeiro a 21 de outubro, 8.539 (94%) foram de pessoas que estavam sem o esquema vacinal completo ou faleceram antes do prazo de 14 dias após a segunda dose. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e foram apresentados pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (4).

Os dados apontam também que do total de pacientes que faleceram, 6.845 (75%) não tinham tomado nenhuma dose de vacina contra a Covid-19. Outros 1.530 (17%) tomaram apenas a primeira dose, sem completar o esquema, e 164 (2%) adoeceram antes do prazo que a vacina precisa para fazer efeito, que é de 14 dias após a segunda dose ou dose única.


“Esses dados nos dão a real dimensão da importância de se vacinar e completar o esquema vacinal. Não adianta tomar a primeira dose e não procurar o posto de saúde para tomar a segunda. A vacinação, com ciclo completo, é a melhor e única estratégia para evitarmos casos graves e mortes”, afirmou André Longo.

Apenas 6% (564) dos que morreram no período informado finalizaram o esquema vacinal e adoeceram após o prazo de 14 dias depois da segunda dose ou dose única. A maior parte, 541 (96%) tinha 60 anos de idade ou mais e 411 (73%) tinham doenças pré-existentes.

Cenário Epidemiológico

Longo relatou também sobre a atualização da pandemia no Estado. O número de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave desta semana teve uma queda de 8% em relação à semana anterior, mas teve também um aumento de 1% em relação aos últimos 15 dias. Ainda assim, o dado significa uma estabilidade.

Segundo o secretário, mesmo diante desse  cenário, é necessário avançar cada vez mais na vacinação para garantir avanço no plano de convivência. 

“Os números mostram que as vacinas são eficazes contra a Covid-19”, destacou André Longo, lembrando que, até o momento, nenhum dos imunizantes se mostrou 100% eficaz, por isso é importante que “o esquema de vacinação seja completado, assim como a dose de reforço nas pessoas que fazem parte do grupo de risco”. 

Por enquanto, não há previsão de anúncio para desobrigar o uso de máscaras. Segundo o secretário, o uso do item de proteção combinado ao esquema de vacinação completo continua sendo a iniciativa mais eficaz contra o vírus. 

Uso de máscaras

O secretário de saúde afirmou que o uso de máscaras em Pernambuco só será desobrigado quando a vacinação estiver em um status mais avançado. "A gente acredita que não há condições sanitárias nesse momento ainda, para a gente abolir as máscaras, mesmo em ambientes abertos", disse André Longo.

"Nós demos esse passo onde podia ser feito, que foi na ilha de Fernando de Noronha, que já atingiu os indicadores que a gente considera mínimos para atender a essa necessidade, aliás Fernando de Noronha atendeu os critérios máximos, por isso a gente está liberando lá, a gente espera poder atingir ao longo do mês de dezembro patamares suficientes que possam permitir que o comitê tome essa decisão. Até lá é preciso usar máscara,faz parte do cuidado básico, sanitário, junto com a higiene das mãos e evitar aglomerações. Isso é fundamental para que a gente continue a avançando com o controle da pandemia", completou o secretário de saúde André Longo. 

O auxiliar do governador Paulo Câmara avalia que ainda há "passos a serem dados" antes de se avançar no plano de convivência.

Eventos

Com relação as festividades de final de ano e em seguida, em 2022, de carnaval, André Longo respondeu que o assunto é constantemente avaliado pelo Comitê de Enfrentamento a Covid de Pernambuco. O secretário relembrou que as regras atuais de 5 mil pessoas para eventos (com passaporte vacinal), ainda são vigentes. 

"A gente ainda não tem as condições sanitárias para a realização de grandes eventos, que gerem aglomerações públicas. Então, números de hoje, a gente ainda não tem como liberar grandes festas de rua. Obviamente que as prefeituras, que são as grandes promotoras desses eventos, já começam a fazer seus planejamentos para a possibilidade de conseguir as condições sanitárias para fazer. Nós não vemos problemas nenhum nisso, mas o comitê sanitário vai continuar avaliando", concluiu André Longo.