Música

Almério e Martins "ocupam" o Teatro do Parque com afetividades

Artista pernambucanos apresentam show ovacionado em 2020 no Janeiro de Grandes Espetáculos, com incremento de repertório com inéditas

Almério e Martins, cantores e compositores - Marlom Diego

O show é Almério&Martins, mas poderia se chamar “afetividades” que seria o tanto quanto identificável. Dentro ou fora dos palcos, e sobretudo artisticamente, o reverberar de um e de outro (e de um com o outro) culmina em plateias lotadas, aplausos efusivos, existência (e resistência) renovadas.

Percepções que vão povoar neste sábado (5) e no próximo dia 21 de novembro o Teatro do Parque, no Recife, em um (re)encontro esperado tanto pelos dois artistas pernambucanos quanto pelo público que, em horas, esgotou quatro lotes de ingressos para as apresentações.

“As pessoas estão instigadas para assistir ao show, querem se emocionar. A pandemia deixou todo mundo com essa vontade de sentir a poesia e a música de novo”, justifica Almério, em conversa com a Folha de Pernambuco.

Já para Martins, a procura intensa foi uma “resposta bonita” do que eles fizeram em 2020, no Janeiro de Grandes Espetáculos, no Teatro de Santa Isabel. “Ali a gente viu que o que tínhamos apresentado era especial e a adesão das pessoas fez com que voltássemos com o show”. 


 

Idealizado por André Brasileiro, que também está à frente da direção artística, e com Juliano Holanda na direção musical, a apresentação mescla repertório autoral com canções dos álbuns “Martins” (2019) e “Desempena” (2017), de Almério, além de inéditas escritas por ambos, inclusive no decorrer da pandemia.

“Ficamos com tudo muito aflorado neste tempo, e as canções nos visitaram para esse show orgânico, de amor e respeito que temos um pelo outro. Tem algumas músicas nossas... o resto é segredo”, adianta Almério entre risos compartilhados ao fundo com Martins.

“Segredo”, aliás, música de Isabela Moraes, é uma das que integram o repertório de parcerias da dupla. Cancioneiro de Lula Queiroga, Alceu Valença e Caetano Veloso – sob o baixo de Roger Victor e a guitarra dedilhada por Holanda – faz parte do pacote emocional desse encontro no Parque.



“A doce responsabilidade de estar juntos, admirando um ao outro, e nesse teatro, um lugar sagrado e com tantas vozes importantes que já passaram por ele, é maravilhoso”, reforça Almério, prontamente validado por Martins. “Temos uma forte relação com o Recife, com a nossa gente”. 

O show vem em clima de “start” para retomada de ambos, ao menos pelas bandas de cá e presencialmente, já que estiveram juntos no mesmo palco e em formato semelhante em apresentação no Rio de Janeiro em setembro. “Foi lindo no Rio, mas aqui na verdade eu considero como o primeiro, porque é com a nossa galera”, atesta Martins.

“É show de existência e resistência. São mares profundos que nos adentram, porque realmente esperávamos uma sessão que virou quatro, e isso foi uma resposta que nos emocionou muito. Estamos fazendo outras coisas, já começamos a trabalhar, mas esse show realmente representa um forte retorno de nossa arte”, complementa Almério que, individualmente, segue em outros projetos, com destaque para o disco “Tudo é Amor – Almério canta Cazuza”, previsto para lançamento no final deste mês de novembro.



Já Martins entra em estúdio para o próximo álbum, com single que deve ganhar as plataformas ainda em 2021, além da boniteza de ter “Uma Estranha Toada” - composição que divide com outro quilate do cenário da música local, PC Silva – gravada por Ney Matogrosso e recentemente lançada em “Nu com a Minha Música” (Sony Music).

 

Serviço
Show “Almério&Martins”
Sábado (5), no Teatdo do Parque, às 17h e 20h e no dia 21 de novembro, às 17h e 19h30
Ingressos no Sympla, a partir de R$ 40 (meia entrada)

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