leilão 5G

Leilão do 5G: Claro e Vivo arrematam os primeiro lotes com foco em levar internet às escolas

No 1º dia do certame, teles tradicionais levaram os lotes mais importantes, mas licitação atraiu novatas

Leilão 5G

O leilão 5G foi retomado nesta sexta-feira (5). Desta vez estão sendo leiloados lotes na faixa nacional de frequência de 26 GHz, considerada atraente pelos investidores. As empresas que arrematarem os lotes terão como compromisso de investimento levar internet às escolas públicas de todo o país.

A Claro levou dois lotes com abrangência nacional por R$ 52,825 milhões, cada. A Telefônica, dona da marca Vivo, arrematou três lotes nacionais, com lances semelhantes, de R$ 52,824 milhões, cada. Não houve ágio. Todos os contratos do leilão valem por 20 anos.

A Tim não arrematou lotes nacionais, mas comprou lotes regionais na faixa. A Algar Telecom também comprou lotes regionais.
 

Não houve interessados para diversos blocos ofertados.

A expectativa do mercado é de que não haveria interesse por todos os blocos da faixa de 26 GHz. Por isso, os lotes que sobrarem podem ser licitados a partir do ano que vem, no chamado "leilão de sobras".

A frequência de 26 GHz é a última ofertada. Essa faixa é considerada pelos especialistas e empresas a de maior capacidade para o 5G, que entrega uma das principais características da tecnologia: a baixa latência — menor tempo de atraso entre os dados. Para isso, porém, será preciso instalar mais antenas do que hoje, o que demanda mais investimento.

Por isso, a faixa é considerada complementar para quem já tem infraestrutura (caso de Claro, Tim e Vivo ) e pode ser usada não apenas para o celular, mas também para aplicações de internet das coisas (como indústria 4.0) e banda larga fixa.

No primeiro dia do certame, já foram assegurados R$ 45 bilhões em investimentos. O leilão foi dominado pelas grandes teles na principal faixa licitada, a de 3,5Ghz, apontada como o filé mignon da disputa. TIM, Vivo e Claro levaram os lotes mais importantes.

Mas a licitação, que teve ágio de mais de 13.000%, também atraiu novatas.

A previsão do edital é que as capitais e o Distrito Federal tenham acesso ao 5G até 31 de julho de 2022. Especialistas consideram o prazo apertado, mas a nova tecnologia atrai o interesse das grandes operadoras. As demais cidades serão incluídas, por ordem de tamanho, até 2029, quando chegará nas cidades de 30 mil habitantes.

As vencedoras do leilão deverão cumprir uma série de obrigações previstas no edital. É necessário levar a tecnologia 4G às rodovias federais até 2024. Este é também o prazo para levar o 5G a todas as escolas do país de ensino básico. Os vencedores também deverão implementar uma rede privada para o governo federal.

A velocidade da rede 5G possibilitará cidades inteligentes, com carros autônomos, agricultura de precisão e a ampliação da Internet das Coisas (IoT em inglês), com conexão de objetos da casa, como geladeiras e cafeteiras. A tecnologia permitirá que máquinas agrícolas, plantações e rebanhos sejam conectados à internet.

A maior parte do dinheiro levantado pelo leilão, com total estimado em R$ 50 bilhões, será destinada a investimentos e parte ao pagamento da outorga. Com o 5G, a Anatel calcula que será possível atrair até R$ 163 bilhões de investimentos em infraestrutura nos próximos 20 anos no país.