Marília Mendonça: copiloto do avião é enterrado em Taguatinga, no DF
Tarciso Pessoa Viana, de 37 anos, deixa dois filhos e a mulher grávida de 7 meses
O copiloto do avião que levava a cantora Marília Mendonça, Tarciso Pessoa Viana, de 37 anos, foi enterrado na manhã desde domingo em Taguatinga, no Distrito Federal. Familiares e amigos lotaram a Capela 1 do cemitério da cidade, que fica a 26 quilômetros de Brasília. De lá, devem seguir em cortejo para o enterro.
A cerimônia, que estava marcada para as 10h, começou por volta das 7h30 com familiares mais próximos. Ele deixa dois filhos, de 21 e 5 anos, e a esposa, grávida de 7 meses. Visivelmente abalado, um homem passou mal e precisou ser amparado ao sair da capela. O corpo saiu em cortejo por volta das 10h50, e seguiu para o enterro.
Familiares e amigos ladeavam o caixão, com camisas em homenagem ao copiloto, balões brancos e entoando cânticos. O copiloto foi enterrado sob música e salva de Palmas, às 11h20.
Para o primôgenito de Tarciso, Pedro Viana, o que fica como ensinamento é o amor. O jovem pretende seguir os passos do pai na carreira e já cursa o último semestre de Aviação Civil.
"Creio que ele verá minha formatura lá do céu. Creio que, quando eu receber meu diploma de aviação, meu pai vai estar muito feliz", diz Pedro, visivelmente emocionado, que segurava o quepe do pai. "Ele era o melhor em tudo: melhor pai, melhor amigo, melhor na aviação, melhor na igreja. Ele viva a aviação. Quando não trabalhava, era o dia todo estudando, vendo vídeo de avião".
As irmãs de Tarciso rememoraram o último dia em que passaram juntos, que foi num churrasco em família no domingo da semana passada. Na última quinta-feira, ele mandou uma mensagem a elas, contando que estaria no voo da cantora Marília Mendonça.
"Na memória da família e dos amigos, o que fica é a certeza, a alegria que meu irmão tinha. Meu irmão todo dia escolhia ser feliz", declarou a irmã dele, Nágilla Viana. "Ele era dedicado, o melhor no que fazia".
Já a irmã mais velha, Nádia Viana, relembrou as dificuldades que o copiloto enfrentou para exercer a profissão. Tarciso atuou na aviação por 12 anos:
"Ele lutou para ser piloto. A gente não queria, ele queria estar no céu... Ele estudava, foi com muita dificuldade essa profissão. Ele passava a semana em Luziânia (cidade de Goiás onde fez curso) porque a gente não tinha dinheiro e ele comia só biscoito e tomava leite e tinha dias em que ele falava que o leite estava azedo", disse. "Ele tenho certeza de que ele morreu fazendo o que ele queria, ele foi herói, eu tenho certeza de que ele tentou salvar todos".
Tarciso Medeiros era o copiloto do avião que levava a cantora Marília Mendonça, o assessor e tio dela, Abicieli Silveira Dias, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o produtor Henrique Bahia. Ícone do sertanejo universitário, a artista estava retomando as agendas presenciais e faria um show em Caratinga (MG), onde ocorreu o acidente aéreo, na última sexta-feira. Todos morreram.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro enviou uma coroa de flores ao velório e postou, em uma rede social, foto do copiloto, evangélico assim como ela. Segundo parentes de Tarciso, no entanto, eles não se conheciam.
Os corpos dele e do piloto vieram de carro de Caratinga, na zona oeste do estado mineiro, para Brasília. Eles foram liberados na tarde de sábado. Marília e o tio foram velados e enterrados no sábado, em Goiânia. Com a presença de familiares, amigos e fãs, a despedida foi marcada pela comoção. Henrique Bahia foi sepultado no sábado em Salvador. Já Medeiros foi velado e sepultado na manhã deste domingo em Brasília.