Pandemia da Covid-19 reavivou antissemitismo, alerta UE
Na Alemanha, a rede de associações RIAS observou que, nos primeiros meses da pandemia, 44% dos incidentes antissemitas registrados foram "associados ao coronavírus"
A pandemia da covid-19 "reacendeu" a retórica antissemita e abriu espaço para "novos mitos e teorias conspiratórias, culpando os judeus" pela atual crise sanitária - alerta um relatório europeu divulgado na terça-feira (9).
"O antissemitismo, especialmente na Internet, intensificou-se durante a pandemia", escreve a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), com sede em Viena, baseando-se em estatísticas oficiais e evidências coletadas por organizações da sociedade civil.
Na Alemanha, a rede de associações RIAS observou que, nos primeiros meses da pandemia, 44% dos incidentes antissemitas registrados foram "associados ao coronavírus".
Na República Tcheca, a Federação das Comunidades Judaicas observou "um aumento da circulação dos discursos de ódio on-line", alimentado pelo movimento conspiratório, de oposição a vacinas e restrições.
Em termos mais gerais, "a falta de dados continua ocultando a realidade", lamenta a FRA, já que poucos membros da UE registram os incidentes antissemitas "de modo eficaz".
Alguns países, como Hungria e Portugal, não têm dados oficiais. Em muitos países, "a imensa maioria dos incidentes não é relatada: nem à polícia, nem a qualquer outra instituição", disse o relatório.
Em outubro, a UE apresentou sua primeira estratégia contra o antissemitismo em outubro, destinada a combater o ódio na Internet, reforçar a proteção das sinagogas e promover a transmissão da história do Holocausto.