Valdemar da Costa Neto anuncia entrada de Bolsonaro no PL e marca cerimônia de filiação
Informação foi divulgada após reunião entre os dois no Palácio do Planalto
O PL informou informou nesta quarta-feira que o presidente Jair Bolsonaro irá se filiar ao partido. A cerimônia de filiação foi marcada para o dia 22, em Brasília. Bolsonaro reuniu-se com o presidente da legenda, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, nesta quarta, no Palácio do Planalto.
O anúncio foi feito inicialmente pela assessoria de imprensa do partido, no início da tarde. De noite, Costa Neto divulgou um vídeo comentando a filiação.
— Minhas amigas e meus amigos do Partido Liberal. É com grande satisfação que eu anuncio para o dia 22 de novembro a assinatura da ficha do presidente Jair Bolsonaro — declarou o ex-deputado.
De acordo com ele, o PL terá uma "grande participação" na eleição do ano que vem:
— Onde traremos nossos companheiros, nossos prefeitos, nossos amigos, nossos filiados para acompanhar essa filiação, que é um assunto de grande importância para o país e que nós vamos ter uma grande participação nessa eleição e vamos fazer de tudo para que nós possamos colher o que for de melhor para a nossa gente, para que nós possamos melhor a vida do povo brasileiro.
A informação ainda não foi confirmada por Bolsonaro. Mais cedo, o presidente afirmou que a chance de entrar no partido era de 99,9%, mas que ainda faltava definir palanques em São Paulo.
— Hoje vou conversar com Valdemar Costa Neto e acho que devemos bater o martelo. Só tem um pequeno detalhe que envolve São Paulo, que tem 30 milhões de eleitores, é o segundo maior PIB do país, depois da União. Se eu vier a disputar a reeleição, quero ter candidato ao governo de São Paulo, ao Senado e uma bancada de indicados (ao Congresso Nacional). Falta acertar esse pequeno detalhe com o Valdemar, que acredito que acerte hoje — disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio Cultura, do Espírito Santo.
Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL, legenda pela qual foi eleito. Nos últimos meses, além do PL, ele também vinha conversando com PP e Republicanos. As três siglas fazem parte do bloco conhecido como Centrão.
A provável entrada do presidente no PL, no entanto, já tem causado divergências na legenda. Parlamentares de oposição ao governo já falam em deixar o partido, enquanto diretórios estaduais tentam assegurar a autonomia para manter acordos regionais e acenam a adversários do titular do Palácio do Planalto. A maior resistência está no Norte e Nordeste.