Cientistas do clima pedem ação imediata à COP26
Eles defendem as medidas "para limitar os riscos futuros e as necessidades de adaptação para as próximas décadas, inclusive séculos"
Quase 200 cientistas especializados em mudança climática pediram nesta quinta-feira (11) aos participantes da COP26 a adoção de medidas imediatas e de grande porte para combater o aquecimento do planeta.
"Destacamos a necessidade de ações imediatas, fortes, rápidas, sustentáveis e em larga escala para limitar o aquecimento abaixo de +2°C e para continuar com os esforços para limitá-lo a 1,5°C, como está previsto no Acordo de Paris", pedem os especialistas em uma carta aberta.
Eles defendem as medidas "para limitar os riscos futuros e as necessidades de adaptação para as próximas décadas, inclusive séculos".
"A COP26 é um momento histórico para o destino do clima, das sociedades e dos ecossistemas, porque as atividades humanas já aumentaram a temperatura do planeta em aproximadamente +1,1°C e as futuras emissões de gases do efeito estufa determinarão o aquecimento adicional", alertam.
Após 11 dias de negociações, a COP26 entrou nesta quinta-feira em suas últimas 48 horas, de acordo com o calendário oficial, que habitualmente não é respeitado.
O mundo caminha para um aquecimento "catastrófico" de +2,7°C na comparação com a era pré-industrial, segundo a avaliação mais recente da ONU.
"Milhares de cientistas do mundo inteiro trabalharam durante anos para entregar este relatório baseado em evidências", afirmam os especialistas, em referência ao documento mais recente do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Algumas vozes no mundo científico argumentam que os relatórios do IPCC, compilados com base em centenas de estudos sobre todos os aspectos do clima na Terra, depois são resumidos de forma excessivamente alarmista.
"Temos a avaliação mais completa e mais robusta sobre como o clima mudou no passado e pode mudar no futuro, em função das decisões e das medidas que tomamos agora", destacam os autores do texto.