Morre Cristiana Lôbo, jornalista e comentarista da GloboNews, aos 64 anos
Jornalista deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no último fim de semana para tratar uma pneumonia
Jornalista e comentarista política da Globonews e do site g1, Cristiana Lôbo morreu em São Paulo nesta quinta-feira (11), aos 64 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo, que vinha sendo tratado há alguns anos. Uma das maiores analistas de política do Brasil, a jornalista trabalhou no GLOBO por 13 anos.
Cristiana Lôbo deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no último fim de semana, para tratar uma pneumonia. A informação foi confirmada pela Globonews e dada pela colega de emissora e amiga, Leilane Neubarth.
Natural de goiânia, Cris Lôbo atuou no jornalismo por mais de 30 anos. Começou a carreira cobrindo a política do estado de Goiás, até se mudar para Brasília.
Contratada pelo GLOBO, foi setorista do Ministério da Saúde - época em que viu ser criada a carteira de vacinação. Acompanhou de perto também as decisões do Ministério da Educação.
Ainda no GLOBO, trabalhou na coluna Panorama Político. Depois de 13 anos no jornal, assumiu a coluna política do jornal o "Estado de S. Paulo".
A estreia na televisão foi na GloboNews, em março de 1997. Naquele mês, passou a integrar o time de comentaristas do Jornal das Dez - analisando os principais fatos da política e os bastidores do poder. E marcou presença nos telejornais da casa.
Comandou também o programa Fatos e Versões e a coluna os Bastidores da Política, no G1.
Nas redes sociais, amigos, políticos e admiradores do trabalho da jornalista lamentaram a morte.
"Que notícia triste. Super jornalista. Atenta, séria e competente. Meus sentimentos a seus familiares e colegas de profissão. Vai fazer falta!", escreveu Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, emitiu uma nota de pesar sobre o falecimento da colunista e afirmou que "o jornalismo e a política estão de luto". "Cristiana era substancial na cobertura do Congresso Nacional, tinha acesso aos principais acontecimentos e fatos, fruto do seu trabalho realizado com muito profissionalismo em defesa da democracia e da liberdade de expressão", disse o senador.
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, também comentou sobre a morte da jornalista, em sua conta no Twitter: "Você é uma profissional que todos nós gostávamos de conversar. Que ouvia, ouvia e ouvia. Mas falava, falava e falava. Analisava tudo em um único café. Antecedia os fatos, antecedia as crises. Via a notícia antes mesmo dela existir".
Outros políticos, como João Doria, Ciro Gomes, Marcelo Freixo, Renan Calheiros e Janaina Paschoal, e muitos outros, também utilizaram suas redes sociais para lamentar o falecimento de Cris Lôbo, assim como colegas de profissão da colunista:
“Gostava das intrigas do Congresso. Aprendeu cedo a entender o que era notícia, o que era boato; o que era manipulação, o que era informação. Nunca perdeu visão irônica da atividade política, embora entendesse que o Congresso, com seus defeitos e qualidade, moldava nosso futuro, escreveu o jornalista Merval Pereira.
"Cristiana Lôbo era, é, uma grande figura do nosso jornalismo. Doce, mas incisiva, forte e muito elegante. Objetiva e consistente.Leve sem nunca perder a consistência. Uma democrata, uma grande mulher. Toda a solidariedade à família e aos muitos amigos. Viva Cristiana Lobo!", disse o jornalista Marcelo Lins.
O jornalista Gerson Camarotti, que trabalhava com Cris Lôbo na Globonews, também comentou sobre o falecimento da colunista em sua rede social: "Um divisor de águas. Formou uma geração de jornalistas. Quanta tristeza. Perdi uma amiga generosa. Fica uma saudade infinita".
O repórter André Trigueiro afirmou estar “consternado pela perda dessa grande jornalista e amiga! Que Deus a abençoe e proteja, e console sua linda família!".
"Cristiana Lobo era de uma generosidade imensa. Em 2008, encontrei por acaso com ela na rua e comentei da minha vontade de migrar do rádio para a TV. Duas horas depois, ela me ligou: “tem uma vaga na Globo News, falei de você lá”. Deu certo. Obrigado por tanto, Cris. Vá em paz", relembrou o repórter Paulo Mario.
Em nota, Paulo Guedes, ministro da Economia, ressaltou a excelência do trabalho da jornalista em levar informação e análise para a sociedade brasileira, e afirmou que Cris Lôbo “deixa uma grande contribuição para o jornalismo brasileiro”. “Além de gostar dela, eu apreciava o seu trabalho. Sua isenção, inteligência e perspicácia foram exemplos de bom jornalismo”, disse Guedes.
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto também lamentou, em nota, a morte da colunista: “Profissional respeitada e de longa trajetória na imprensa brasileira, Cristiana Lôbo inspirou gerações ao informar seus leitores e telespectadores com seriedade e competência sobre a política e a economia do País”.
O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias.
No mieloma múltiplo, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue.