Natal

Campanha "Papai Noel dos Correios" começa em PE, com apoio da PGE; Conheça iniciativas

Ação atende crianças de até 10 anos de todo o país; Em Pernambuco, uma servidora da Procuradoria-Geral do Estado transformou a adoção de cartas em tradição do órgão

Campanha "Natal dos Correios 2021" na agência central dos Correios, no bairro de Santo Antônio - Melissa Fernandes/Folha de Pernambuco

O final do ano se aproxima e com ele, cresce a expectativa pela celebração do Natal, comemorado nos dias 24 e 25 de dezembro. Sinônimo de reunião e confraternização, a data também simbolizada pela entrega de presentes, mas muitas famílias não conseguem vivenciar da mesma forma que outras.

Para atenuar esse problema, os Correios realizam há mais de 30 anos a campanha nacional "Papai Noel dos Correios", recebendo cartas de crianças de até 10 anos, que podem ser adotadas por padrinhos de todo o país. Em 2020, a campanha foi feita de forma 100% virtual, mas em 2021 passa a ser em modo híbrido.

Em Pernambuco, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE-PE), que funciona em um edifício vizinho à agência central dos Correios, se tornou uma grande aliada da campanha, graças ao esforço de uma servidora que transformou a adoção de cartas em uma tradição do órgão. 

Ellida Souto é assessora técnica da Unidade de Apoio Administrativo (UAA) da PGE e é a responsável por organizar a arrecadação de doações de presentes para a campanha. Inicialmente, fazia a sua parte apenas de forma individual, adotando cartas da campanha, mas ao ver a movimentação tradicional dos colegas em decorar todo o espaço para o Natal, viu uma oportunidade para reunir forças na PGE e ajudar na campanha, junto à sua irmã Elpha, servidora dos Correios, que funciona ao lado da PGE, na Rua do Sol, no bairro de Santo Antônio. 

"Todo ano a gente sempre enfeita muito a Procuradoria com coisas de Natal, a gente sempre tem uma decoração. Nunca tiramos recursos daqui pra isso, porque usávamos coisas que a gente reaproveitava, uma reciclagem aqui, outra ali. As vezes algumas pessoas se juntavam e davam dinheiro para renovar um pouco as bolas e algumas coisas da decoração. Até que houve um ano em que estávamos muito apertados de recursos, então o meu superintendente da época teve a ideia da gente fazer uns enfeites com algumas caixinhas dos Correios. Eu adorei a ideia, porque eu sempre adotei as cartinhas, pegava uma ou duas, mas nunca tinha visto essa iniciativa. Então ele disse pra eu falar com minha irmã e fui atrás dos Correios", lembra. 

Após anos de realização, a iniciativa da PGE foi interrompida em 2020, por conta da pandemia, o que deixou Ellida receosa sobre a possiblidade de retornar a tradição no ano seguinte. Mas após uma conversa com o superintendente, teve sinal verde para voltar a fazer a movimentação da PGE para o Natal. 

"Nesse ano, já com outro superintendente, expliquei pra ele a necessidade e perguntei se a gente podia voltar a fazer. Ele disse para eu não parar, porque não custa nada pra gente né? Então não parei mais. Foi mudando a situação, foi mudando tudo mas eu sempre tive autorização deles pra fazer essa associação com os Correios", contou. 

Ellida fala com carinho sobre sua relação com a adoção de cartas, destacando que é impossível "não se sensibilizar" com as cartas e os pedidos e que o momento atual pede que se leve um pouco de alegria para as crianças. 

"Eu sempre vi aquelas cartas ali penduradas e via algumas pessoas lendo, eu passava dizendo 'um dia eu vou parar aí, vou vou adotar uma carta dessa', e quando eu comecei a ler as cartas, você não para de chorar ali porque é um lamento aquilo. 'Minha mãe não pode, meu pai nunca me deu, minha meu pai não pode, minha avó tem frio, quero um casaco'. Então não tem como você não se sensibilizar com aquilo ali. A demora, sabe, é você passar e ler. Se você passa, só olha e vai embora, nem liga. Mas se você ler uma carta daquela, com certeza, onde tiver carta pendurada, você vai querer arrancar, ler, comprar um presente e dar, porque toca. É muito sensível o ato de você parar, ler uma carta daquela e é praticamente impossível não adotar. E fora o momento também, que a gente está, para levar um pouco de alegria pra essas crianças", disse. 

Para Ellida, adotar uma carta é um "ato de amor", mesmo sem saber para quem a pessoa está fazendo o bem e deixa uma mensagem para quem deseja ser padrinho na campanha "Papai Noel dos Correios". 

"Eu acredito que as pessoas tão mais sensíveis e querem também fazer algum ato. Eu diria assim, é super fácil entrar no blogue, né? É super fácil manusear o que eles tão disponibilizando pra gente. Tente. Leia uma carta. Veja aquilo ali. Sinta. E se você puder fazer algo, faça. Porque a sensação de você escolher a carta, escolher o presente, embrulhar, levar nos correios eu queria que vocês sentissem isso, porque não tem como explicar. E olha que eu saia daqui com dez, vinte, trinta, mas se eu saísse com um, saía tão feliz aqui, dando pulo para levar na casa do Papai Noel. É um ato de amor. Embora você não tenha acesso a criança, você não conheça a criança, não exista o endereço da criança, só existe o nome da instituição de onde saiu a carta. Eles têm o maior cuidado com isso, pra não expor as crianças e eu gostaria de ver o rostinho da criança, mas não podemos. A gente sente o ato de carinho e de amor, que é o objetivo da campanha", conclui. 

Na agência central dos Correios, a campanha foi iniciada na sexta-feira (12), após lançamento nacional realizado na quinta-feira (11). A coordenadora da campanha no estado, Daniela Riambau Machado, destaca que a campanha não tem expectativas definidas em relação a quantidade, mas acredita que o número de cartas deve aumentar bastante em relação a 2020, quando a campanha foi realizada apenas virtualmente. 

"A gente não tem determinada quantidade de cartas que quer receber, o Papai Noel gosta muito de ler cartas, ele quer receber a maior quantidade de cartas possível das crianças, porque assim também mobiliza a maior quantidade de padrinhos, para que eles possam adotar. Quando era feito presencial tinha muito mais cartas com certeza, no ano passado deu uma baixa grande por conta da pandemia. Mas a gente acredita que aos poucos nós vamos voltando para aquela normalidade de dados maiores"

Sobre a adoção das cartas, Daniela diz que é uma maneira de mostrar que "ainda existe amor" e que é possível ajudar as pessoas, mesmo que apenas o mínimo seja o possível para fazer. 

"Bom, esse é um ano bem atípico, todos nós estamos passando por muitas dificuldades, muitas diferenças por conta dessa pandemia e eu acredito que adotar uma cartinha é uma forma de demonstrar que ainda existe amor, que ainda existe formas de ajudar as pessoas e que com o mínimo que a gente pode fazer, a gente consegue. Mesmo que seja pouco, porque tem cartinhas de vários tipos e vários tipos de brinquedos e roupas, então às vezes doando algo que é pequeno para a pessoa, para aquela criança vai ser muita coisa. São crianças que realmente não tem condições de receber os presentes e que ficam felizes, até porque eles estão em casa, a grande parte e estão precisando de brinquedos pra ficar em casa e brincar", concluiu.

Para conhecer mais detalhes sobre a campanha "Papai Noel dos Correios 2021", basta acessar o blog oficial, disponível neste link. No entanto, as entregas dos presentes devem ser feitas de forma presencial.

Confira os endereços:

Agência central dos Correios: Avenida Guararapes, 250 - Santo Antônio
Horário de funcionamento: 08h às 17h

UAA/PGE (Unidade de Apoio Administrativo): Sobreloja do Edifício Ipsep; Rua do Sol, 143, Santo Antônio (Ao lado da agência central)
Horário de funcionamento: 9h às 12h; 14h às 17h

Calendário da campanha "Papai Noel dos Correios 2021":
- Recebimento das cartas: até dia 30/11
- Adoção de cartas: até 05/12
- Entrega dos presentes pelos padrinhos: até 13/12
- Encerramento da campanha: 17/12