Recuperação econômica

Uma nova fase para os bares e eventos

Com a melhora dos índices de vacinação contra a Covid-19, os setores de bares, restaurantes e eventos vão ter um final de ano diferente. Após longos períodos restritivos, movimentação volta a melhorar e empreendedores apostam no fim de ano como momento de

Empreendedores apostam no fim de ano como momento de recuperação econômica - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Com a chegada das festas de fim de ano, o setor de eventos, bares e restaurantes estão apostando em ações diferentes para atrair o público e impulsionar a retomada econômica do segmento. No preparo para atender a demanda, empreendedores implantam novos formatos de eventos e cardápios para aumentar a clientela, além de fomentar os negócios com a geração de emprego e renda.

Com a previsão de gerar 63,4 mil vagas temporárias até o fim do ano no Brasil, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o setor tem a esperança de melhor desempenho em comparação com o último ano. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel/PE), André Araújo, o crescimento de novas vagas deve ser a partir dos 10% em comparação ao último ano no Estado.

“Tradicionalmente tínhamos crescimento de até 12% de aumento de contratação de vagas temporárias. As procuras estão intensas, reservas de fim de ano estão positivas, confraternizações em alta e acreditamos que teremos uma busca acima da média. Contamos com o movimento para conseguir recuperar, sanar uma dívida e ter uma recuperação”, disse.

Como diferencial para o período e conseguir se destacar, o presidente da Abrasel/PE recomenda que os empreendedores atendam aos desejos dos consumidores. “É preciso entender o consumidor, as pessoas procuram mais viver uma experiência. Promover e oferecer uma nova experiência se destaca, pode ser no atendimento, cardápio, criação de espaços novos, novos serviços como um delivery diferenciado, utilizar a criatividade. As redes sociais são um grande instrumento de ajuda, porque a facilidade que chega ao cliente é muito mais rápida e eficiente”, aconselhou.

Confras são aposta
A sócia do Jolu Sushi, Luciana Paschoaleto, conta que uma das formas de atrair o público para este período foi criando cardápios exclusivos com preços promocionais. “Estamos montando um projeto de música ao vivo, algo mais agitado quebrando as programações em casa. Acho que esse momento é de agito, de happy hour, buscamos um cardápio específico para isso, onde em dois dias da semana teremos ele durante todo o funcionamento da casa, naturalmente as pessoas aceleram mais as saídas nos dois últimos meses do ano”, disse Paschoaleto.

A expectativa da casa é de que o período aumente em até 150% as vendas, já que no último as vendas eram maiores no delivery. “A expectativa é positiva em relação ao ano passado. Teve uma leve reabertura no fim do último ano, mas esse ano esperamos que as vendas sejam de pelo menos 150% em relação ao último ano”, declarou.
 

Luciana Paschoaleto, sócia do Jolu Sushi - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco 

No Raiz Cozinha Boêmia, a expectativa também é positiva para o período e para isso foi criado um espaço exclusivo para os grupos de confraternizações. “Nesse fim de ano lançamos um espaço para confraternizações, um espaço para eventos sociais, onde pode receber até 50 pessoas, é privativo para quem quer fazer uma comemoração mais reservada. Montamos pacotes com o que as pessoas vão preferir, adequamos o serviço para as pessoas estarem no estabelecimento”, destacou o sócio do Raiz, Wellington Tiago.

O sócio reforça ainda que em relação ao último ano as vendas devem ser mais positivas, já que o setor não encontra mais restrições. “Aproveitamos para revitalizar o espaço, requalificar os nossos funcionários que continuaram conosco, independente da pandemia. Devemos ter um aumento de 80% no faturamento, hoje temos melhores condições para ter um mês de dezembro muito melhor”, afirmou Wellington.

Espaço do Raiz Cozinha Boêmia - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco


Outro empreendimento que busca atrair novos clientes é o Boteco 878. Segundo o gerente Alyson Arlan, combos foram montados para que os consumidores escolham as melhores opções. “Elaboramos dois combos, onde a pessoa pode comer e beber à vontade. Fizemos assim para atuar com um diferencial em relação a outras casas, fazer algo que atraia o cliente. A expectativa é positiva, já estamos recebendo reservas, eventos para grupos de pessoas”, contou.

No local, a expectativa é de que as vendas sejam positivas, com melhores números em relação ao último ano. "Neste ano esperamos aumentar até 40% nosso faturamento, queremos conquistar os clientes que nunca vieram ao nosso estabelecimento, para fidelizar”, afirmou Alyson. 

Alyson Arlan, gerente do Boteco 878 - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Shows com protocolos 
No setor de eventos, a expectativa também é positiva. Com as recentes flexibilizações do governo do Estado para o segmento, o fim de ano está sendo marcado por shows. Segundo o produtor do Boteco Parador, Augusto Acioli, foi preciso buscar uma adaptação de funcionamento para apresentar segurança aos consumidores.

“Temos que fazer do limão a limonada, fazer do jeito que dá e foi onde encontramos como fazer o Boteco Parador, um local aberto. A ideia é proporcionar segurança, com as pessoas em suas mesas, com elas seguras em assistir. Sabemos que é um momento de lazer, para conferir o seu artista, levando momentos de felicidade. A expectativa é positiva, estamos abrindo os shows”, relatou Acioli.

Augusto Acioli, produtor do Boteco Parador - Foto: Luiz Fabiano

Já o sócio da Carvalheira, Victor Carvalheira, aponta que os eventos programados para o final de ano têm o objetivo de que as pessoas possam se confraternizar, aproveitando de boas experiências. “A gente observa com muita cautela o que acontece, o cenário está mais positivo, os protocolos mais flexíveis e planejamos essa volta. Todos estão animados com a volta, o alívio da pandemia, em relação ao percentual de vacinação, mas com cautela. Queremos que as pessoas se confraternizem independente de qualquer coisa, que estejam no evento e tenham a experiência independente da atração”, contou.

Victor Carvalheira, sócio da Carvalheira - Foto: Fernando Araújo


No Classic Hall, a maior casa de shows de Pernambuco, a principal aposta para a volta dos eventos é na segurança e na apresentação de grandes artistas. “Pensamos em oferecer a melhor segurança possível para os clientes, para oferecer a volta do entretenimento. Focamos em uma agenda forte no final do ano para atrair as pessoas. O período sem shows nos fez repensar estratégias e no próximo ano vamos realizar de 6 a 10 shows internacionais, trazendo experiências novas”, contou o diretor comercial, Lincoln Costa.

Lincoln Costa, direotr comercial do Classic Hall - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco



No Grupo Pega Vareta, o sócio Rodrigo Magno conta que após as incertezas dos últimos meses, a escolha se deu por preparar um evento diferente no réveillon. “Sempre esperávamos as determinações do governo, até um ponto de poder abrir eventos. Apostamos em algo que o Recife tem carência, que é o final de ano e então optamos por isso. Primeiro de tudo temos que focar no serviço que vamos oferecer, para atender a todos os públicos e conseguir nos recuperar”, afirmou.

Rodrigo Magno, sócio do Grupo Pega Vareta - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
Volta dos bares e restaurantes - Arte FolhaPE/Greg