Lula não descarta Alckmin como vice: 'nada que não possa ser reconciliado'
O petista foi questionado sobre uma possível parceria com Alckmin por uma jornalista em entrevista coletiva no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica
Embora não tenha confirmado oficialmente que será candidato à Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não descartou nesta segunda-feira (15) que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) possa vir a ser candidato a vice na sua eventual chapa ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022.
Segundo Lula, "não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa, sabe, ser reconciliado". O petista foi questionado sobre uma possível parceria com Alckmin por uma jornalista em entrevista coletiva no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, onde participa da Conferência de Alto Nível da América Latina, promovida pelo bloco social-democrata. A presidente do grupo social-democrata no Parlamento, Iratxe García Pérez, também participou da coletiva, mas não tratou de assuntos políticos internos do Brasil.
"O vice é uma pessoa que tem que ser levada muito a sério na relação com o presidente, porque o vice pode ser presidente. Podem acontecer muitas coisas. E, depois, o vice tem que ser uma pessoa que soma com o presidente e não que diverge com o presidente. Tenho uma extraordinária relação de respeito com o Alckmin. Fui presidente quando ele foi governador. Conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa, sabe, ser reconciliado. Não há", declarou Lula. Lula ainda não confirmou a própria candidatura. Ele disse que tomará uma decisão em fevereiro ou março. No entanto, nos bastidores, seu nome na disputa ao Planalto no ano que vem é dado como certo por aliados e adversários.
Hoje, disse estar "preparado, motivado, com saúde", se for o escolhido pelo PT. Afirmou ainda que pode se casar antes das eleições "para demonstrar a confiança que tenho no futuro do Brasil". "Meu partido vai ter candidato a presidente da República. Eu, possivelmente em fevereiro ou março, vá decidir se sou candidato ou não. Se o partido quer que eu seja candidato ou não. Se vamos construir aliança política, se vamos juntar outros partidos políticos, porque precisamos disputar, precisamos ganhar as eleições e, ao mesmo tempo, reconstruir o Brasil."
Ele chegou a dizer já ter "22 vices, oito ministros da Economia, quando nem decidi se vou ser candidato", devido às possibilidades aventadas ao longo das últimas semanas. "Não estou discutindo vice ainda, porque não discuti a minha candidatura. Quando eu definir ser candidato, aí sim, vou sair a campo para procurar alguém para ser vice", afirmou.
"Quando não há ofensa moral, quando não há uma ofensa pessoal, acho que nas divergências políticas todo mundo joga bruto, porque todo mundo quer ganhar. Disputei as eleições de 2006 com o Alckmin, mas quero lhe dizer que tenho profundo respeito pelo Alckmin", completou sobre o ex-governador.
Lula também voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e medidas tomadas pelo atual governo, como a tentativa de privatização de estatais. Na sua avaliação, Bolsonaro representa hoje uma "peça importante na extrema-direita, fascista, nazista" e é uma "cópia malfeita" do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.