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Ex-assessor de Trump promete passar ao 'ataque' após se apresentar ao FBI

'Se preparem', repetiu, usando uma polêmica frase de Trump durante a campanha

Steve Bannon, um aliado próximo do ex-presidente Donald Trump - ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Steve Bannon, um aliado próximo do ex-presidente Donald Trump, prometeu nesta segunda-feira (15) passar ao "ataque" contra o poder americano, após se apresentar a um tribunal de Washington acusado de "obstruir os poderes de investigação do Congresso dos Estados Unidos" no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro.

"Vamos ao ataque, estamos cansados de jogar na defensiva", garantiu Bannon a jornalistas depois de se apresentar ao tribunal, acusando o presidente democrata Joe Biden de ter ordenado diretamente o processo.

"Esse país foi construído com base na liberdade de expressão", completou, prometendo "o inferno" para os democratas.
 

"Se preparem", repetiu, usando uma polêmica frase de Trump durante a campanha, quando o ex-presidente chamou o grupo de extrema direita Proud Boys a "ficarem prontos".

O ex-assessor de 67 anos está sendo processado por se recusar a depor e a apresentar documentos à comissão especial da Câmara dos Representantes que investiga o papel do ex-presidente republicano na violenta invasão de seus apoiadores à sede do Congresso, que deixou cinco mortos.

Bannon compareceu perante a juíza federal Robin Meriweather, que apresentou as acusações contra ele, antes de liberá-lo. Ele deverá comparecer novamente perante o tribunal nesta quinta-feira às 9h00, horário local, perante outro juiz.

Bannon está sujeito a receber uma sentença de 30 dias a um ano de prisão por cada uma das duas acusações a que responde.

Apesar de ter sido convocado em meados de outubro, Bannon não se apresentou aos legisladores da comissão, invocando o direito dos presidentes dos Estados Unidos de manter a confidencialidade de determinados documentos e discussões. 

Um conselheiro discreto, mas altamente influente, ele desempenhou um papel fundamental na eleição de Trump, colocando um viés populista na campanha triunfante do bilionário republicano em 2016.

Bannon não ocupava nenhum cargo oficial em 6 de janeiro, data da invasão, mas parece ter discutido o protesto com o presidente nos dias anteriores, de acordo com a comissão de inquérito. 

A comissão, que já recebeu mais de 150 depoimentos, disse que a acusação de Bannon envia "uma mensagem clara" sobre os riscos  para todos os que se recusam a cooperar com os parlamentares. 

Outro aliado de Trump, seu ex-chefe de gabinete Mark Meadows, também evitou uma intimação para comparecer perante a comissão na sexta-feira. 

Naquele 6 de janeiro , milhares de apoiadores de Trump se reuniram em Washington enquanto o Congresso preparava a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden e, em seguida, centenas deles invadiram o Capitólio, semeando caos e violência e atrasando a sessão por várias horas.