Brasil cai sete posições em ranking mundial de proficiência em inglês
Índice de Proficiência em Inglês (EPI) mostra que o país saiu da 53ª colocação, em 2020, para o 60º lugar, em 2021
O Brasil caiu sete posições no ranking mundial de proficiência em inglês realizado anualmente pela EF Education First. Os dados foram divulgados nesta terça-feira.
O Índice de Proficiência em Inglês (EPI) mostra que o país saiu da 53ª colocação, em 2020, para o 60º lugar, em 2021, atrás de países como Bolívia (41°) e Cuba (43°).
Neste ano, quatro países tiveram uma margem de melhoria acima do Brasil, ultrapassando-o. São eles: Tunísia, El Salvador, Peru e Irã. Além disso, três países entraram no ranking acima do Brasil: Moldova (37º), Ghana (43º) e Líbano (35º).
Apesar da queda de 7 posições, o Brasil apresentou uma ligeira melhora, com aumento de 7 pontos, progresso considerado abaixo da média da América Latina.
"O baixo nível de proficiência em inglês representa uma barreira para o desenvolvimento do Brasil. Sem inglês, temos menos acesso a pesquisas de ponta e estudos científicos, cursos de capacitação, oportunidades de carreira e inovações e estamos menos preparados para estudar, trabalhar e negociar em um mundo globalizado", afirma Eduardo Santos, Diretor Geral da Hult EF Corporate Education no Brasil.
Ao todo, dois milhões de pessoas de 112 países que não têm inglês como língua nativa realizaram o teste gratuito disponibilizado pelo site efset.org, que classifica os participantes de acordo com o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR, sigla em inglês).
A prova tem pontuação máxima de 800 pontos. O estudo aponta que países com altos índices de proficiência costumam ter renda média, qualidade de vida, PIB e investimento em pesquisa e desenvolvimento mais elevados. Além disso, baixos níveis de proficiência podem afetar indicadores socioeconômicos de um país.
"Falar inglês aumenta a inclusão social porque facilita a entrada no mercado de trabalho e o desenvolvimento profissional, acadêmico e pessoal. O aprendizado do idioma melhora, inclusive, a capacidade de comunicação na própria língua materna. Também é importante perceber a relevância do inglês para o fomento do comércio internacional, exportação de serviços e desenvolvimento do próprio país", diz Santos.
O estudo mostra, ainda, o nível de proficiência por região no Brasil. É possível notar uma grande diferença entre os estados do Sul e do Sudeste em relação ao Norte do país. Minas Gerais (534), Paraná (532) e Santa Catarina (527) têm os melhores indicadores de proficiência, com nível moderado de domínio do idioma.
Por outro lado, Rondônia (449), Pará (447), Roraima (447) e Mato Grosso (440) possuem nível muito baixo. No Nordeste, o único estado com nível moderado é Pernambuco (501), todos os outros obtiveram nível baixo. Nenhum estado atingiu índice alto ou muito alto.
Embora os dados apontem para a necessidade de investimento no ensino de inglês no Brasil, Santos observa que já há iniciativas inovadoras que visam mudar essa realidade do país com projetos de larga escala.
O Governo do Paraná, por exemplo, firmou parceria com a Hult EF Corporate Education em junho de 2021 e passou a oferecer plataforma com cursos de inglês para 420 mil alunos do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, incluindo capacitação para mais de quatro mil professores do idioma na rede pública.
"Acredito que um dos caminhos é justamente esse: tornar o inglês competência básica dentro das escolas. Outro pilar crucial é a capacitação de professores, porque ainda há carência de profissionais fluentes no idioma", afirmou.