Música

Sting lança novo álbum e reflete sobre a carreira

''The Bridge'' estará disponível a partir de 19 de novembro

Sting - Reprodução/Instagram

Aos 70 anos, o cantor britânico Sting lança um novo álbum, "The Bridge", uma ponte entre o confinamento provocado pela pandemia e a excitação de um mundo que retoma as turnês e apresentações ao vivo.

Mas as recordações do passado permanecem em suas músicas.

Cantor e compositor prolífico, ator e ativista de causas ecológicas ou políticas, Sting é, para muitos, a imagem ideal de uma estrela de rock, com 15 álbuns solo e 17 prêmios Grammy, além ter fundado o lendário grupo The Police (em 1976), que vendeu milhões de álbuns.

"Sou um homem feliz. E agradecido", declarou à AFP durante uma entrevista em outubro, quando passou por Paris para promover "The Bridge".

"No momento, tenho uma canção tocando na rádio que se chama 'If it's love' (Se é amor). E começa comigo assobiando. Não é comum, faz as pessoas sorrirem", afirma.

"Mas há outras canções no álbum que são mais complexas, com mais camadas", explica.

Como "Loving You" (Amando Você), em que ressoa a voz magoada de seu pai: "na igreja fizemos votos / para perdoar os pecados / mas ainda tenho que suportar certas coisas / como o cheiro da pele de outro homem".

Há quase duas décadas, Sting publicou uma autobiografia, "Broken Music", na qual relatou sua infância difícil, com a mãe adúltera e o pai que sofreu em silêncio.

Sting precisou de décadas para fazer as pazes com os pais. Não compareceu a seus funerais, mas isso é algo que não explica no livro.

"Não foi um livro particularmente fácil de escrever. Muita dor. Mas foi uma terapia", admite.

A dor do passado 

"Escrevo canções de amor, mas tento evitar canções que falem 'eu te amo e você me ama'. É um círculo fechado. Agora, 'eu te amo, mas você ama outra pessoa...', isso é um roteiro interessante para um escritor", afirmou na entrevista.

"Como um homem da minha idade, experimentei todo espectro de emoções: da maior alegria à maior tristeza. Então, quando escrevo sobre o amor, sinto que posso ser autêntico", acrescentou.

Sting percorreu um caminho parecido com o de seus pais. Casou-se em 1976 com a atriz Frances Tomelty, com quem teve dois filhos. Anos depois, iniciou uma relação secreta com Trudie Styler. Este relacionamento durou uma década, até seu divórcio, em 1992.

Sting e Trudie permanecem casados, e o cantor tem seis filhos no total. Dois são atores, dois são músicos, e um é cineasta.

O mais jovem, no entanto, quer ser policial. "Diz que deseja ser útil, que deseja servir a sociedade", conta o artista com um sorriso.

"The Bridge" foi gravado durante o confinamento, com músicos espalhados por todo planeta e Sting no estúdio de sua mansão na Inglaterra.

"Não é uma novidade gravar assim, de maneira remota. O segredo é conseguir uma situação íntima. E acredito que conseguimos, porque experimentamos. E também porque são músicos com os quais trabalho há décadas", afirma.

O álbum será lançado em 19 de novembro, mas Sting não esperou para retomar os shows.

Em outubro, tocou seis canções de "The Bridge" durante a festa de 50 anos da rádio francesa Fip.

"Todo meu ano está planejado, porque tenho que recuperar as datas que perdemos no ano passado. Tenho que cumprir todos os meus compromissos. E isso talvez leve 18 meses", disse. "Mas esta é minha vida. Estou na estrada desde 1976".

O mundo da música se recupera com dificuldade do furacão provocado pela pandemia da covid-19.

E com direito a polêmicas. O cantor irlandês Van Morrisson criticou o confinamento, e Eric Clapton se negou a exigir certificado de vacinação em seus shows.

"Eu gostaria que as pessoas nos meus shows estivessem vacinadas. Não vou exigir, mas é meu desejo", afirma Sting.

"Todos estamos buscando a ponte para algo diferente, mais feliz. Como podemos chegar ao outro lado? Não sei. Acho que ninguém sabe, mas estamos buscando", completa.