Meio Ambiente

Cida Pedrosa inicia discussões sobre frente pelo clima com políticas de igualdade de gênero

Vereadora do Recife e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher pretende combater os impactos da crise ambiental na vida da população em vulnerabilidade.

Vereadora Cida Pedrosa - Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Enchentes, ondas de calor, deslizamentos de terra. O aumento na intensidade das catástrofes naturais mais frequentes no Brasil é, como se sabe há muito tempo, resultado do aquecimento global, que, agravado pela intervenção humana na natureza, provoca mudanças no clima.

E, neste cenário de colapso ambiental, alguns grupos da sociedade sofrem mais com os efeitos dessas transformações. É o caso, por exemplo, das mulheres, que compõem a maior parte da população em situação de vulnerabilidade social.

Em vista dessas questões, a vereadora e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, Cida Pedrosa (PCdoB), deu início às discussões para a articulação de uma frente parlamentar em defesa da causa ambiental que também aborde os recortes de gênero. O assunto será levado à última reunião da Comissão dos Direitos da Mulher neste ano, marcada para 14 de dezembro.
 
“Somos nós, mulheres, que cuidamos dos filhos e da casa. Nós somos quem mais se locomove na cidade, seja para levar o filho à escola ou a sogra ao médico. Nós estamos mais expostas, mas somos apenas 19% dos foros de decisão”, observa a parlamentar. “Nós demos entrada para se criar uma frente pelo clima. E essa questão de gênero entra nessa discussão de forma transversal. Nós precisamos escutar a sociedade, as mulheres”.

Debate público
O recorte de gênero é um fator importante ao se levarem em conta as grandes questões que afligem a humanidade. E não é diferente quando o assunto é a crise do meio ambiente.

“Essa ideia de que o quadro é igual para todos não é verdade. As pessoas que estão em situação de pobreza e vulnerabilidade sofrem muito mais com a emergência climática. São as pessoas que sofrem com os deslizamentos de barreira ou que moram à beira dos rios e dos mangues. E, dentro dessa desigualdade social, nós temos uma grande maioria de mulheres, que são responsáveis por 48% dos lares no Recife”, recorda a vereadora.