Allan dos Santos

Pedido de extradição de Allan dos Santos chega ao governo dos EUA

Ordem determinada pelo ministro Alexandre de Moraes está com os americanos desde a semana passada, diz jornal

Allan dos Santos, influenciador bolsonarista - Alessandro Dantas/Senado

O pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos já está com o governo americano, que vai decidir que medida tomar. A ordem determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou aos Estados Unidos na semana passada, segundo a "Folha de S. Paulo".

Na decisão, Moraes decretou a prisão preventiva do blogueiro e que o Ministério da Justiça iniciasse o procedimento de extradição de Santos, que mora nos EUA. Esse procedimento tem que ser intermediado pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão da pasta. Além disso, o nome do blogueiro será encaminhado para a Interpol.

O processo saiu do Ministério da Justiça rumo aos EUA dois dias antes de a decisão de Moraes ser divulgada em outubro, de acordo com a Folha. O Palácio do Planalto só soube do encaminhamento da documentação na segunda semana deste mês, afirma a reportagem.

O episódio culminou na exoneração da chefe do departamento responsável pelos trâmites entre o Brasil e os Estados Unidos, a delegada da Polícia Federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira. A informação de que a ordem havia sido enviada aos americanos ocorreu em meio à tentativa de retardar o processo de extradição do blogueiro, conforme revelou a colunista Malu Gaspar, do GLOBO.

Em entrevista à rádio "Jovem Pan" no final de outubro, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que faria uma análise "de forma técnica" da ordem de extradição.

Allan dos Santos foi alvo da nova determinação por ter continuado a articular ataques às instituições democráticas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) opinou contra a prisão do aliado do presidente Jair Bolsonaro.

O blogueiro é alvo de dois inquéritos no Supremo. O primeiro apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte, e um segundo  investiga a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições.