Economia

Pernambuco deve faturar R$ 87 milhões com vendas de Black Friday, diz CNC

Contudo, o crescimento no volume de vendas no Recife será prejudicado pelo menor poder aquisitivo das pessoas

Comércio de rua no Recife - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Com um crescimento suave, a Black Friday deste ano deve alavancar o volume de vendas entre 4% e 5%, na Região Metropolitana do Recife, na comparação com 2020. A análise é do presidente da CDL-Recife, Fred Leal, que estima um fim de ano melhor que a Black Friday.

Para Pernambuco, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é esperado um volume de vendas equivalente a R$ 87,14 milhões durante as vendas da data. 

Contudo, o crescimento no volume de vendas no Recife será prejudicado pelo menor poder aquisitivo das pessoas. “Por conta dos aumentos de energia, água, gasolina, isso pode tirar o poder de compra dos consumidores. Ainda assim, estamos esperançosos”, diz Leal. 

Com relação a geração de empregos, o presidente detalha que as empresas devem postergar o máximo que puderem. "Os empresários aprenderam a investir em produtividade. É fazer mais, com menos", afirma Leal. 

Comércio de rua x comércio eletrônico 
Conforme detalha Leal, o comércio digital acaba crescendo cerca de três ou quatro vezes mais do que o comércio tradicional, de rua. “Essa mudança é irreversível. As lojas estão se tornando omnichannel, ou seja, atuando em todos os canais e o consumidor pode escolher o que é de sua preferência”, acrescenta.  
 

Comércio eletrônico 

Até o início da crise sanitária provocada pela Covid-19, o e-commerce brasileiro crescia a uma taxa anual média de 14,1% - ritmo que saltou para 46,2%, de acordo com levantamento baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita Federal do Brasil. 

Brasil 
Nacionalmente, segundo a CNC, a expectativa é que a data movimente R$ 3,93 bilhões - aumento de 3,8% em comparação com 2020. No entanto, descontada a inflação, o volume de vendas no país deve apresentar recuo de 6,5% - primeira queda desde 2016.

Para o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes, dois fatores são os responsáveis pela evolução tímida da data. De um lado, o mercado de trabalho ainda teima em não cair nos níveis de desemprego. O outro ponto é a inflação, que anualizada passa de 10%”, explica. 

Bentes ainda detalha que do total das vendas esperadas no país, R$ 2,9 bilhões serão apenas do e-commerce. “A Black Friday no Brasil é predominantemente online. É um ponto fora da curva. Na medida em que, regularmente, o comércio eletrônico representa 6% ou 7% das vendas no varejo”, diz o economista e ainda acrescenta que o tíquete médio deste ano deve girar em torno de R$ 1.002. 

“Uma estratégia para este ano é comprar parcelado em 10 ou 12 vezes. Como a inflação está alta, as últimas parcelas acabam sendo ajudadas”, orienta Bentes.  

Confira abaixo uma lista de produtos e a variação de preços: 
 

Fonte: CNC 

Itens de baixo valor médio como perfume, hidratante, caixa de som bluetooth têm maiores chances de desconto efetivo. Por outro lado, videogames, jogos, ar condicionado, têm chance de alta em razão da desvalorização do real frente ao dólar.