MEDICAMENTOS

Organização Pan-Americana da Saúde alerta sobre uso excessivo de antibióticos na pandemia

Organização exige o uso responsável dos antibióticos - Reprodução

O uso excessivo de antibióticos diante da pandemia pode os tornar ineficazes para doenças comuns, alertou nesta quarta-feira (17) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que informou uma diminuição de mortes por Covid-19 na América Latina e no Caribe.

Os antibióticos são medicamentos que salvam vidas, mas devem ser usados com responsabilidade porque "as bactérias podem desenvolver resistência e tornar esses medicamentos ineficazes com o tempo, na verdade, é exatamente o que estamos vendo", disse Carissa Etienne, diretora da Opas.

De 90 a 100% dos pacientes hospitalizados por Covid-19 receberam um antibiótico quando na realidade "apenas 7% desses pacientes tiveram uma infecção secundária que exigia o uso desses fármacos", afirmou ela em coletiva de imprensa.

Segundo Etienne, países como Argentina, Equador, Guatemala e Paraguai relatam um aumento nas infecções resistentes aos medicamentos.

Portanto, a organização exige o uso responsável dos antibióticos e pede aos países que proíbam sua venda sem prescrição médica.

Metade da população da América Latina e do Caribe foi totalmente vacinada contra o coronavírus, mas muitos países estão ficando para trás, apontou Etienne.

Menos de 20% das pessoas estão totalmente imunizadas na Guatemala, Jamaica e São Vicente e Granadinas, enquanto na Nicarágua e no Haiti a porcentagem não chega a 10%, diz ela.

O número de novos casos de Covid-19 caiu em 5%, para quase 760 mil nas Américas na semana passada, e as mortes relacionadas à doença caíram em cerca de 17%, para 12.800.

O responsável pelo monitoramento da pandemia da Opas, Sylvain Alighieri, não descarta que “o vírus se torne endêmico, mas isso levará anos” e nesse meio tempo haverá surtos inclusive em locais com altas taxas de vacinação.

Porque, conforme lembra ele, a principal função da vacinação é reduzir as formas graves da doença e as mortes, não a transmissão.