Economia

Saudades da Disney ou de NY? Procura por passagens para EUA dispara após anúncio de abertura do país

Medida so valerá a partir de novembro e, no entanto, ainda não foi detalhada nem regulamentada pelo governo americano

Walt Disney World - Disney Parks/Divulgação

A procura de brasileiros por passagens e pacotes de turismo com destino aos Estados Unidos tem aumentado desde o anúncio feito na segunda-feira de que o país receberá viajantes internacionais totalmente vacinados contra Covid-19 a partir de novembro. A medida ainda não foi oficialmente publicada no site da Casa Branca e precisa ser regulamentada, mas já provocou frisson no mercado.

Na Decolar, o movimento foi 88% maior nesta segunda em relação à segunda-feira da semana passada (13). Miami foi o destino mais procurado no dia, seguido por Nova York, Orlando, Boston e  Los Angeles.

Já na plataforma Kayak, há aumento nas buscas por passagens a Orlando (62%), Miami (61%) e Nova York (47%), na comparação semanal. Os índices, no entanto, são menores do que os registrados há um ano. Nesta terça-feira, o preço médio das viagens a Orlando era R$ 3.449; a Miami, R$ 3.561; e a Nova York, R$ 4.120, segundo o Kayak. Na comparação com o registrado um mês atrás, os preços para o primeiro destino subiram 9%, e dos demais recuaram 2% e 5%, respectivamente.

Segundo Sylvio Ferraz, diretor de produtos internacionais da CVC Corp, pacotes com destino aos EUA representam historicamente cerca de 35% do mercado de rotas internacionais para brasileiros.

— Estou em uma feira sobre turismo em Las Vegas e foi uma surpresa para os executivos aqui. A expectativa é de que todas as vacinas aceitas pela OMS sejam contempladas. Hoje, a CoronaVac já é aceita para espectadores na Broadway, por exemplo — diz.

Mesmo que a CoronaVac esteja entre as vacinas contempladas, a exigência de visto e a expectativa de que os consulados e a embaixada americana no Brasil demorem para conceder novas autorizações são vistos como possível limitador para brasileiros, de acordo com o executivo.

— Temos um desafio que é o do tirar visto americano, estamos imaginando essa retomada primeiramente para quem já tem visto, porque a agenda para retirada de vistos agora tem sido apenas para 2022 — afirma Ferraz.

Ainda assim, a expectativa do setor, segundo o executivo, é de que as companhias aéreas brasileiras aumentem sua oferta de voos para os EUA.

Em nota, a Latam Brasil afirma que "recebe com entusiasmo a notícia dos planos de abertura das fronteiras do Estados Unidos, pois é um importante mercado para a companhia".

"A empresa está preparada para aumentar os voos entre Brasil e Estados Unidos, assim que essa informação for oficializada. A Latam não deixou de operar voos do Brasil para os Estados Unidos nem mesmo durante a pandemia nas rotas GRU-MIA (Miami) e GRU-JFK (Nova York)", diz a empresa.

A partir de outubro, as companhias aéreas também poderão aumentar sua oferta para outro destino comum dos brasileiros. Nesta terça-feira, o governo da Argentina anunciaram a reabertura das fronteiras terrestres com países vizinhos a partir de 1º de outubro. Os turistas  de países vizinhos poderão entrar na Argentina por terra, sem a necessidade de fazer quarentena, e os voos também poderão ser retomados no mês que vem, mas vai depender da autorização dos governadores de cada província. Já os demais viajantes internacionais terão a entrada permitida a partir de 1º de novembro.

Para entrar no país, serão necessários comprovantes de vacinação completa e testes PCR. Quem não estiver totalmente imunizado, terá de fazer quarentena no país e será testado após sete dias.

A Latam Brasil, em nota, disse que "a empresa já está voando para a Argentina e está preparada para aumentar os voos entre os países vizinhos assim que essa informação for oficializada. Neste mês, a LATAM está operando 1 voo semanal entre São Paulo/Guarulhos e Ezeiza".