Equador e Colômbia vão reabrir fronteira terrestre em 1º de dezembro
Os dois países reabrem suas fronteiras terrestres após 20 meses fechadas por causa da pandemia
Equador e Colômbia vão reabrir sua fronteira terrestre em 1º de dezembro, após a passagem permanecer fechada por 20 meses durante a pandemia de covid-19, anunciaram neste domingo (21), em Quito, os presidentes dos dois países, respectivamente Iván Duque e Guillermo Lasso.
"No próximo primeiro de dezembro se dará a reabertura das nossas fronteiras, uma abertura ordenada, estruturada, bem focalizada", disse Duque em declaração conjunta, ao concluir uma visita relâmpago à capital equatoriana.
A fronteira terrestre comum, que por enquanto tem três passagens formais em Mataje (Esmeraldas), Rumichaca (Carchi) e San Miguel (Sucumbíos), foi fechada em março de 2020.
A decisão "é o resultado de que ambos os países avançamos no controle da pandemia e demos uma solução para um problema de segurança através de vias ilegais", que unem os dois países, replicou Lasso.
O Equador, que em 2020 se tornou um dos primeiros focos da pandemia na América Latina, acumula mais de 520.000 casos confirmados de covid, incluindo mais de 33.000 mortos.
Na Colômbia, os casos de covid-19 superam os 5 milhões, com quase 130.000 falecidos. O presidente colombiano acrescentou que serão mantidos "entre os dois países todos os controles epidemiológicos que garantam a segurança dos nossos cidadãos".
Os dois países andinos compartilham uma fronteira permeável de 600 km, do Pacífico até a floresta amazônica, na qual operam narcotraficantes, grupos armados ilegais e contrabandistas de armas.
Além disso, há cerca de 30 passagens clandestinas identificadas pelas autoridades por onde foi mantida a travessia habitual de pessoas e troca de mercadorias, apesar das restrições.
A Colômbia, principal produtor mundial de cocaína, também ofereceu ao Equador apoio total e assessoria para combater o terrorismo e o narcotráfico num momento em que o governo equatoriano enfrenta um alto nível de criminalidade motivado pelas drogas.
O governo do presidente Lasso, que assumiu o poder em maio no Equador, tenta conter a violência originada por uma guerra de poder entre grupos com ligações com cartéis internacionais do narcotráfico, como os da Colômbia, que resultou em massacres em presídios que deixaram 316 detentos mortos este ano e foram os piores na história prisional da América Latina.
"Obrigado por nos ajudar a transferir toda essa experiência e esse conhecimento acumulado durante tantos anos para enfrentar o narcotráfico e os bandos violentos na Colômbia", reagiu Lasso após o anúncio.
A taxa de homicídios no Equador, de 17,7 milhões de habitantes, passou de 7,8 por 100.000 habitantes em 2020 a 10,6 entre janeiro e outubro de 2021, segundo o Executivo.
Lasso falou de "um momento crucial" em seu país, onde na quinta-feira prorrogou por 30 dias um estado de exceção para combater a violência.