Mercado

Nova forma de financiamento facilita acesso a serviços de saúde

Empresa que cria uma conta digital para a saúde, Exmed chega ao mercado com proposta de apresentar uma alternativa aos convênios tradicionais.

Serviço oferecido pela Exmed pode ser acessado em qualquer lugar por dispositivos móveis - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A crise financeira, agravada pela paralisação e queda na produtividade dos setores econômicos durante a pandemia, tornou mais difícil o acesso de parte da população aos serviços hospitalares. Embora venha apresentando um crescimento desde 2016, o número de brasileiros que utilizam planos de saúde ainda é menor do que o registrado há sete anos.

Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em dezembro de 2014, o País atingiu o pico no quantitativo de conveniados, com mais de 50,5 milhões de beneficiários. Já em julho de 2021, os planos privados acumulavam cerca de 48,4 milhões de clientes, o que representa 4,1% a menos que no período anterior. 

“Há um verdadeiro abismo entre a minoria que consegue pagar os planos e as que acessam o SUS. Isso se deve a uma série de ineficiências no sistema: mesmo os planos mais básicos custam algumas centenas de reais; os reajustes são constantes e acima de inflação; os usuários têm pouca liberdade para escolher médicos de qualidade; e os reembolsos são aquém dos gastos efetivados. A pandemia só fez agravar uma situação que já era urgente e deixou ainda mais claro que precisávamos de outro caminho”, analisa o empreendedor Sérgio Bivar, co-founder da Exmed, empreendimento que nasce como uma alternativa aos convênios tradicionais.

Saúde sustentável
Uma conta digital para a saúde. É assim que Bivar resume o serviço oferecido pela Exmed. Em vez de pagar uma mensalidade, o beneficiário utiliza um aplicativo de celular em que faz aportes, por meio de boleto ou Pix, com depósitos destinados a essa conta, que é exclusiva para as despesas com saúde. O saldo é remunerado e pode ser resgatado a qualquer momento, sem nenhum tipo de penalidade. 

Sérgio Bivar (Foto: Cortesia)

“Em segundo lugar, uma pessoa de 35 anos de idade pode adquirir, por apenas R$ 64,90 ao mês, um seguro muito bem estruturado, que cobre despesas com internação, morte por acidente, invalidez permanente e auxílio-funeral. Além de ter acesso a uma rede de serviços a preços mais baratos que o particular. Assim, não prendemos o cliente a mensalidades altas e damos a liberdade para que ele usar seus investimentos como preferir”, detalha o co-founder.

Os usuários podem contratar ainda um pacote de seguros exclusivos, com cobertura para custos de diárias de internação hospitalar, de limite máximo indenizável no valor de R$ 200 mil.

Na fase de pré-lançamento, o aplicativo conta hoje com cerca de mil beneficiários. A empresa iniciou suas operações no Recife, onde já tem mais de mil médicos cadastrados e parcerias com laboratórios e centros de diagnóstico por imagem, além de redes como o Real Hospital Português. O serviço também passa a operar em São Paulo, onde serão ofertados atendimentos para todas as especialidades médicas. A meta é alcançar todas as capitais brasileiras até o final de 2022.

“No fundo, estamos criando um novo segmento, fora do âmbito da ANS, muito mais inclusivo. Democratizar para a gente é isso: dar acesso a serviços de qualidade a um preço acessível e apresentar alternativas para um problema de dimensão continental”, defende Sérgio Bivar.

“Espero, ao menos, que, no futuro, ao olhar para trás, possamos dizer que esses dois últimos anos foram um divisor de águas no nosso setor de saúde. Nos Estados Unidos, tem se usado muito o termo ‘health and wealth’ como uma forma de planejamento, de olhar para a saúde física, mental e financeira como coisas integradas. Queremos conscientizar as pessoas de que elas podem ter uma reserva financeira para arcar com as despesas com a saúde”.