SUS

Capilaridade da saúde pública é fundamental para salvar vidas na pandemia

Com serviços diversificados, Prefeitura do Recife investiu no treinamento de servidores e apostou na tecnologia para promover a Vigilância e monitorar os casos de Covid-19.

Aplicativos como o Conecta Recife facilitaram acesso da população aos serviços da PCR - Richardson Martins/Divulgação/PCR

É muito difícil que você não tenha visto, pelo menos uma vez, desde que as vacinas contra a Covid-19 começaram a ser aplicadas na população, algum parente, amigo ou conhecido postar, nas redes sociais, textos e fotos com o lema “Viva o SUS”. Difundida como um desses memes que viram “hits” da internet, a frase recorda o valor do serviço público de saúde e o quanto ele foi importante para reduzir os danos provocados pela pandemia e, principalmente, para salvar vidas.

Gratuito e universal, criado junto com a Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde foi o grande trunfo dos Estados e municípios na formulação das medidas sanitárias contra a circulação do Sars-Cov-2. E assim foi na Capital pernambucana.

Ainda antes dos primeiros casos notificados, em março de 2020, a Prefeitura do Recife investiu no treinamento dos servidores para a adoção dos protocolos nas unidades de atendimento da cidade. A partir daí, confirmada a transmissão comunitária da doença, a rede municipal ganhou o reforço de mais de mil leitos, sete hospitais de campanha e 4 mil profissionais contratados para suprir a demanda crescente.

No meio dessa complexa cadeia de serviços voltada para uma metrópole de mais de 1,5 milhão de habitantes, as equipes que cuidam do monitoramento dos pacientes exerceram um papel fundamental. “Atuamos em algumas frentes, e uma delas é a vigilância epidemiológica, que tem como foco a questão da informação, capacitando os profissionais para a notificação e participando da investigação de casos”, explica a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Marcella Abath.

Vigilância e tecnologia
Dentro desse propósito, o auxílio da tecnologia foi essencial. Para acompanhar os casos e facilitar os atendimentos, foi criado o aplicativo Atende em Casa, que permite o usuário informar se tem alguma suspeita de Covid-19 e receber orientações, podendo ser direcionado às unidades de saúde ou aos centros de testagem. Também há o apoio da plataforma Conecta Recife, que, além de fazer os agendamentos para a vacinação, disponibiliza para a população os serviços de saúde que as pessoas podem procurar.

Outro raio de ação importante é a oferta de testes de antígeno, especialmente em locais de grande circulação como mercados públicos e terminais integrados, por meio do programa estadual TestaPE.

“Nessa estratégia itinerante, já realizamos mais de 13 mil testes. No momento em que as pessoas recebem o resultado, elas são orientadas. Se der positivo, são cadastradas para o telemonitoramento do Atende em Casa, que vai acompanhar o caso em sua sintomatologia, e os contatos dessas pessoas também são orientados a fazer o teste”, detalha a gestora.

Capilaridade móvel
Atividades essencial ao não só transportar os pacientes para as unidades de saúde como também atuar nos primeiros socorros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi outra frente de combate à Covid-19 que recebeu reforço durante a pandemia.

“Colocamos mais sete ambulâncias nas ruas e aumentamos 200 profissionais no nosso estafe de trabalhadores para que pudéssemos dar conta”, diz o coordenador geral do Samu Metropolitano, Leonardo Gomes. “Foi um trabalho incansável, 24 horas por dia, em todos os bairros da cidade, onde tínhamos uma demanda que não respeitava cor, raça, credo ou condição social”.

Passada a fase mais aguda, na esperança de que todas as ondas de contágio tenham ficado para trás, fica o legado de um serviço mais robusto, com mais profissionais e equipamentos disponíveis para a população. “Tivemos que adquirir materiais ventilatórios para a gente ter nos futuros atendimentos. Nossa equipe, agora mais experiente, foi posta à prova o tempo inteiro e vai levar essa capacitação para onde for, porque o Samu tem a oportunidade de chegar aos locais mais difíceis”, lembra o coordenador Leonardo Gomes.