Mourão suspeita que dragas atracadas no Rio Madeira estão ligadas a narcotraficantes
Avaliação do Greempeace é que são 300 embarcações; elas começaram a chegar após informação que havia ouro na região
Após a divulgação de imagens de balsas e dragas usadas por garimpeiros para a extração de ouro que atracaram no Rio Madeira, o vice-presidente Hamilton Mourão levantou a suspeita que “parcela” das embarcações sejam contratadas pelo narcotráfico. As barcas começaram a chegar próximo à comunidade de Rosário, distante 113 quilômetros de Manaus, há cerca de 15 dias.
—Volta e meia aparece um garimpo de aluvião ali na região. Pode ter certeza que parcela disso aí está contratado por gente ligada ao narcotráfico porque o Madeira é rota do narcotráfico – disse Mourão aos deputados na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Danicley Aguiar, ativista do Greenpeace, disse ao G1 que há mais de 300 balsas no rio, sem licença ambiental para mineração. O aparato para extração do ouro chamou atenção dos moradores da comunidade.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) confirmou a movimentação anormal de dragas. Em nota, informou que será feito um diagnóstico apurando a real situação no local. O texto informa, também, que atividades de exploração mineral naquela região não estão licenciadas, portanto, se existindo de fato, são irregulares.
Em nota, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que teve ciência do caso ontem e houve uma reunião com Ipaam para alinhar as informações, a fim de tomar as devidas providências e coordenar uma fiscalização de garimpo na região.
A Polícia Federal informou, também por meio de nota, que "se encontram em andamento, tratativas interinstitucionais sobre a notícia dos garimpeiros na calha do rio Madeira. Assim que reunidas informações e dados acerca de ações desta Superintendência Regional da Polícia Federal sobre o assunto em questão, encaminharemos para o conhecimento de todos".