Futebol

Deliberativo do Náutico reabre processo administrativo de ex-diretora contra superintendente

Sessão extraordinária foi marcada para a próxima segunda (29), às 19h; CD também analisará outras denúncias envolvendo funcionário do clube

Sede do Náutico - Tiago Caldas / CNC

O Conselho Deliberativo do Náutico terá uma sessão extraordinária, segunda (29), às 19h, para reabrir o processo administrativo pedido pela ex-diretora do clube, Tatiana Roma, contra o superintendente financeiro do clube, Errison Melo, irmão do mandatário do Timbu, Edno Melo. O caso estava arquivado pelo órgão, que, de acordo com a ex-funcionária, tentou adiar a discussão do tema para 2022. A reunião foi comunicada por um ofício, repassado no dia 22 de novembro, data em que as denúncias de importunação sexual, calúnia, difamação e injúria surgiram contra o gestor alvirrubro. 

O documento aponta, ainda, que a convocação discutirá a existências de outras ex-funcionários que também acusam o denunciado de crimes de assédio moral e sexual. 

Entenda 

A Folha de Pernambuco teve acesso ao B.O, registrado no dia 12 de novembro deste ano, na 1ª Delegacia de Polícia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. No documento, Tatiana afirma que foi vítima dos crimes entre maio de 2020 a julho de 2021. Ela cita no texto que Errisson teria proferido frases de conotação sexual.

A ex-diretora também acusa o superintendente de pedir a um membro de uma Torcida Organizada do Náutico para que ele registrasse uma falsa denúncia de injúria racial contra Tatiana. Em postagem por meio de uma rede social, ela disse que, em setembro, já havia protocolado uma denúncia ao Conselho Deliberativo do clube, mas o mandatário do CD, Alexandre Carneiro, respondeu que ela deveria “deixar o processo para 2022”. 

Diante da situação, Tatiana procurou Edno Melo, que propôs um acordo. Ela tiraria o processo contra Errisson no Conselho e, em troca, o funcionário, que permaneceria no cargo até o fim de 2021, ia doar cestas básicas para uma instituição de caridade. A ex-diretora concordou, mas disse em seguida que o ponto não foi cumprido, o que a levou a entrar com uma nova petição.

"Falei com o presidente no começo de julho. Disse que não aguentava mais. Ele disse que ia falar com a pessoa envolvida, mas o comportamento não mudou. Sem falar que outras ex-funcionárias também passaram por isso, mas elas dependiam do clube e ficaram com medo. Eu, por outro lado, não era diretora remunerada, não dependia. Mesmo assim, tentei fazer tudo em sigilo com medo da exposição, mas precisei fazer isso (denunciar)", afirmou Tatiana, em entrevista à Folha de Pernambuco.

"Após o acordo, o presidente fez um depósito de R$ 2.500, mas esse valor não era compatível ao das 50 cestas básicas estipuladas. Além disso, no último sábado, Alexandre Carneiro ligou para um membro da minha família para me intimidar. Ele disse que a imagem do clube era maior do que isso. Sem falar que citaram uma questão 'política' sobre a denúncia (por conta das eleições presidenciais, em dezembro). Mas ela foi feita em setembro, quando nem existiam as chapas formadas. Não sou de chapa alguma. Sou conselheira do clube. Em momento algum, por exemplo, eu falo algo de Diógenes Braga (vice do Náutico e candidato à presidência pela situação). Nunca cheguei a ele para falar sobre esse assunto. Sou amiga de Bruno Becker (candidato à presidência pela oposição), mas não estou envolvida na campanha dele", apontou.