Para viver mais e melhor, bons hábitos devem ser cultivados durante toda a vida; veja as dicas
Longevidade saudável é fruto de uma visão holística do paciente
A expectativa de vida do brasileiro vem crescendo ano a ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros vivem, em média, 76,8 anos, conforme os dados levantados em 2020. No entanto, o que as pessoas querem, além de viver mais, é viver melhor. Para isso, cultivar bons hábitos, ao longo da vida, é indispensável.
Quando uma pessoa chega na terceira idade, as atenções se voltam para aspectos da saúde óssea, função cognitiva, força muscular, controle da dor, controle da pressão arterial, glicemia, qualidade do sono e todas as outras funções essenciais para manutenção da saúde e qualidade de vida, mas também focando na promoção da autonomia e da independência funcional, conforme explica o geriatra Carlos Henrique Tavares, do Hospital Jayme da Fonte.
"É fundamental não descuidar dos exames preventivos nessa fase, além de manter uma dieta equilibrada, dando prioridade a vegetais, frutas, grãos e fontes saudáveis de proteína; atingir uma prática constante de exercício físico; dormir bem; e manter um acompanhamento médico regular", afirmou.
Mente sã, corpo são
Especialista em Longevidade, a médica Diana Campos pontuou a importância das relações psíquicas para viver melhor. "As relações sociais, sobretudo as afetivas, não devem ser ignoradas ou descuidadas. Uma mente bem é capaz de manter um corpo bem", declarou a profissional.
Um outro ponto destacado por Diana é a espiritualidade. "A pessoa precisa se conectar consigo mesma e entender quais são suas vontades. Para isso, não existe idade. A resolução de conflitos internos proporciona uma paz interior, que aumenta a qualidade de vida", emendou a especialista em longevidade.
E uma das formas de manter a mente bem é mantendo-a ocupada, fortalecendo as conexões intelectuais. A aposentada Josélia Bezerra de Almeida, de 70 anos, é uma viúva sem filhos. Ela participa de uma turma de desenvolvimento intelectual que se encontra semanalmente para realizar atividades de fortalecimento cerebral. "Isso aqui [encontro] me ajuda muito. Além de manter minha mente ocupada, sinto que desenvolvi habilidades, como concentração e foco, que me ajudaram a controlar meu instinto impulsivo. Aprendi a pensar antes de agir, e assim consigo desempenhar as tarefas muito melhor", relatou.
Desenvolvimento intelectual
A neuropsicopedagoga Andréa Negreiros, que é a instrutora de Josélia na turma de desenvolvimento intelectual, menciona diversos métodos simples para exercitar a mente, como o ábaco, jogos de palavras, desafios numéricos, leituras, entre outros. "O idoso pode optar por uma atividade que lhe proporcione mais prazer, mas também é necessário ampliar o repertório de exercícios para a mente", disse. "Além da variedade, essas atividades devem ir aumentando de nível gradativamente", finaliza Negreiros.