SAÚDE

Menor marca-passo do mundo tem 2 centímetros e acaba de chegar ao Brasil

Dispositivo da Medtronic não utiliza os cabos-eletrodos e pode ser inserido de forma não invasiva

Menor marca-passo do mundo - Medtronic/Divulgação

Um dispositivo que ajuda a salvar vidas em todo o mundo acaba de ganhar novas proporções, literalmente. Desenvolvido pela empresa irlandesa Medtronic, chega ao Brasil o menor marca-passo do mundo. Com apenas 2 centímetros - e com o formato similar a uma cápsula de vitamina, o aparelho é um velho conhecido de pessoas com problemas cardiovasculares.

De acordo com o Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, há cerca de 300 mil brasileiros usando marca-passo, com fios que conduzem eletricidade para ajudar a regular os batimentos cardíacos. 

Porém, diferente de sua versão mais robusta, o dispositivo da Medtronic não utiliza os cabos-eletrodos, oferecendo um design minúsculo, que permite ao implante ser minimamente invasivo ao paciente. 

Redução de danos
Segundo a empresa, a inexistência de eletrodos reduz o risco de infeção grave causada pelo contato dos cabos com a corrente sanguínea. Isso eliminaria as infecções da pele do tórax no local do implante, diminuindo os casos de extração dos cabos-eletrodos por conta de quadros infecciosos, microfraturas ou tromboses, que são, geralmente, ocasionadas pelos eletrodos. 

O novo aparelho preservaria o sistema venoso, área responsável por transportar o sangue desoxigenado para o coração. Mesmo com o tamanho reduzido e pesando apenas 2 gramas, a durabilidade da bateria do aparelho é de até 12 anos, tal qual os aparelhos que levam baterias de lítio. Os marca-passos tradicionais variam seu peso entre 20 e 50 gramas.

Essa não é a primeira vez que a empresa entrega um dispositivo de controle cardíaco em proporções menores que as utilizadas popularmente. Em 2016, o Food and Drug Administration, órgão de controle de alimentos e produtos médicos nos Estados Unidos, aprovou um marca-passo injetável, de 2,5 centímetros, desenvolvido pela Medtronic. 

O micro marca-passo, porém, ainda não pode ser aplicado em larga escala por falta de profissionais de saúde habilitados para realizar a implementação desse equipamento, introduzido pelo acesso femoral. Por conta disso, segundo a empresa, ele ainda não está incorporado no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e nem no SUS (Sistema Único de Saúde).