Caso Errisson: ex-diretora do Náutico critica indiferença em reunião do Conselho Deliberativo
'Exemplo do porquê as mulheres relutam em denunciar o assédio", declarou
Na noite da última segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Náutico se reuniu com o objetivo de reabrir o processo administrativo contra o superintendente financeiro, Erisson Melo. A sessão, que ocorreu às 19h, na sede do clube, seria inicialmente presidida por Alexandre Carneiro, atual mandatário do órgão, porém, a pedido da ex-diretora do Timbu, Tatiana Roma, foi comandada pelo vice Pablo Vitorio. Em suas redes sociais, ela repercutiu os eventos da reunião.
“Citaram minha jovialidade e minha falta de uma visão macro do clube, falaram ‘com propriedade’ que o acordo foi cumprido por inteiro e que eu quis embaraçar a vida de um candidato, que deveriam estar ali para tratar de assuntos sério, que eu quebrei a cláusula de confidencialidade. Falaram que não deveriam estar se debruçando ali em uma situação completamente atípica, me questionaram porque eu fui para as rádios e porque eu coloquei o conselho em 'risco'", relatou.
Durante a reunião foi revelado, por meio de uma nota oficial divulgada aos colaboradores do clube, que o presidente Edno Melo não fará parte da análise do caso devido ao, como descrito na nota, “vínculo familiar" com o acusado e admitindo falhas de sua parte na condução da situação. Sendo assim, o julgamento do caso ficará a cargo do conselho.
“Agora em pergunto: por que o presidente não se declarou impedido na hora de contratar o acusado? Por que ele não se declarou impedido na hora de fazer um acordo em nome do acusado? Agora se declara impedido para expulsar o acusado do quadro de sócios?", indagou Tatiana.
Apesar dos pronunciamentos em favor do acusado, parte dos conselheiros se mostrou a favor da causa da ex-diretora, que agradeçeu o apoio. "Como diria uma grande conselheira, em nome de quem agradeço a imensa maioria do conselho que me apoiou hoje, o que presenciamos na reunião do conselho é o maior exemplo do porquê as mulheres relutam em denunciar o assédio”, finalizou.