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Alemanha condena integrante do EI à prisão perpétua por genocídio de yazidis

Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genocídio a violência sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU já utilizassem o termo

O acusado desmaiou quando ouviu a sua sentença durante a leitura do veredicto - Frank Rumpenhorst / dpa-Pool / AFP

Um integrante iraquiano do grupo extremista Estado Islâmico (EI) foi condenado nesta terça-feira (30) à prisão perpétua por "genocídio" contra a minoria yazidi por um tribunal da Alemanha, a primeira sentença do tipo no mundo

Os juízes do Tribunal Regional de Frankfurt consideraram Taha al Jumailly "culpado de genocídio, de crime contra a humanidade que provocou mortes, de crime de guerra e cumplicidade crimes de guerra". 

Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genocídio a violência sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU já utilizassem o termo.

A leitura do veredicto foi interrompida porque o acusado desmaiou pouco depois de ouvir a sentença. 

O iraquiano Taha al Jumailly, que se uniu ao EI em 2013, foi considerado culpado de deixar uma menina yazidi de 5 anos morrer de sede durante o verão de 2015 em Fallujah (a 70 quilômetros de Bagdá). Ele havia "comprado a criança como escrava", de acordo com a acusação.

A ex-mulher de Al Jumailly, Jennifer Wenisch, de 30 anos, foi condenado no mês passado a 10 anos de prisão por "crime contra a humanidade que provocou a morte da menina".

A mãe da criança, Nora B., explicou durante o processo o calvário sofrido pela filha, "amarrada a uma janela" do lado de fora da casa, sob temperaturas que poderiam chegar 50 ºC, segundo a Promotoria. 

A minoria étnica e religiosa yazidi foi especialmente perseguida pelo EI, que escravizou as mulheres e matou os homens, depois da invasão em agosto de 2014 dos montes Sinyar, na região noroeste do Iraque.