Alemanha condena integrante do EI à prisão perpétua por genocídio de yazidis
Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genocídio a violência sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU já utilizassem o termo
Um integrante iraquiano do grupo extremista Estado Islâmico (EI) foi condenado nesta terça-feira (30) à prisão perpétua por "genocídio" contra a minoria yazidi por um tribunal da Alemanha, a primeira sentença do tipo no mundo
Os juízes do Tribunal Regional de Frankfurt consideraram Taha al Jumailly "culpado de genocídio, de crime contra a humanidade que provocou mortes, de crime de guerra e cumplicidade crimes de guerra".
Esta é a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genocídio a violência sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU já utilizassem o termo.
A leitura do veredicto foi interrompida porque o acusado desmaiou pouco depois de ouvir a sentença.
O iraquiano Taha al Jumailly, que se uniu ao EI em 2013, foi considerado culpado de deixar uma menina yazidi de 5 anos morrer de sede durante o verão de 2015 em Fallujah (a 70 quilômetros de Bagdá). Ele havia "comprado a criança como escrava", de acordo com a acusação.
A ex-mulher de Al Jumailly, Jennifer Wenisch, de 30 anos, foi condenado no mês passado a 10 anos de prisão por "crime contra a humanidade que provocou a morte da menina".
A mãe da criança, Nora B., explicou durante o processo o calvário sofrido pela filha, "amarrada a uma janela" do lado de fora da casa, sob temperaturas que poderiam chegar 50 ºC, segundo a Promotoria.
A minoria étnica e religiosa yazidi foi especialmente perseguida pelo EI, que escravizou as mulheres e matou os homens, depois da invasão em agosto de 2014 dos montes Sinyar, na região noroeste do Iraque.