Baixa cobertura do saneamento em Pernambuco será debatida pelo Crea-PE
As vantagens e desvantagens da privatização dos serviços de saneamento no País serão levantadas por especialistas do Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Crea-PE
A distribuição do saneamento na Região Metropolitana do Recife (RMR) será debatida em uma transmissão ao vivo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) na próxima quinta-feira (2), a partir das 19h.
Especialistas do Comitê Tecnológico Permanente (CTP) do Crea-PE usarão questionamentos sobre a maior Parceria Público-Privada (PPP) de saneamento do País, que fica em Pernambuco, para propor direcionamentos que possibilitem uma maior cobertura de tratamento de esgoto no Estado.
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do IBGE, apenas 34,2% dos municípios pernambucanos tinham estrutura e tratamento de esgoto em funcionamento em 2017. O índice chama a atenção negativamente porque é quase metade da média nacional, que está na casa dos 62,8%. Pior: fica abaixo da média do Nordeste, de 51,2%, deixando para Pernambuco o menor percentual na região.
O assunto será abordado pela engenheira civil e presidente da Compesa, Manuela Marinho; pela engenheira civil e diretora-presidente da Concessionária BRK Ambiental em Pernambuco, Ana Carolina Farias; e pelo engenheiro civil e consultor em Serviços de Saneamento Antonio Miranda. A mediação ficará por conta do engenheiro civil e coordenador do Eixo 3 “Um Projeto para Pernambuco e o Brasil” do CTP, João Recena.
“A partir da experiência dessa PPP, questionamos se esse modelo é o mais adequado, se está sendo executado tudo dentro aquilo que foi planejado, se todas as partes foram contempladas ou estão sendo contempladas de forma plena e quais são as partes? Nós estamos fornecendo os serviços para as regiões que têm mais necessidade de saneamento?”, questiona o presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, justificando a escolha do tema para o debate promovido pelo CTP, que é “PPP do Saneamento da Região Metropolitana do Recife”.
Para ele, é um tema que tem também a importância de abrir um mercado gigantesco com a aprovação do Marco Regulatório do Saneamento, ocorrido em julho do ano passado. “A gente vem discutindo saneamento há muitos anos, mas, na prática, isso não acontece. E saneamento é saúde. Você investindo em saneamento você reduz os custos nos hospitais. Ganha a sociedade. É um debate muito importante, que mostra a engenharia em uma outra face, evitando doenças, evitando problemas na saúde do cidadão”, assegura o presidente do Crea-PE.