Avaliação

Rodrigo Maia sobre Paulo Guedes: 'Meu caráter é muito diferente do dele'

Ministro da Economia levantou suspeitas de que ex-presidente da Câmara teria se beneficiado do orçamento secreto

Rodrigo Maia - Reprodução

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (sem partido-RJ) reagiu nesta terça-feira a uma declaração dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o deputado teria se beneficiado de recursos do orçamento secreto quando esteve à frente da Casa. 

''Paulo Guedes precisa entender que o meu caráter é muito diferente do dele", afirmou o deputado. Mais cedo, o ministro havia dito que o orçamento secreto foi criado por Maia na época em que ele presidia a Câmara, e não pela atual gestão do deputado Arthur Lira (PP-AL).   

''Eu nunca usaria o orçamento para ameaçar os deputados como estão fazendo. E também não trabalharia um modelo que gerasse um orçamento paralelo e sem transparência'', declarou o deputado em sua conta no Twitter.
 

Durante evento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta terça-feira, Guedes declarou que as emendas de relator já existiam no mandato do então presidente da Câmara Rodrigo Maia. Na avaliação do ministro, o repasse de verbas a parlamentares aliados não recebia tanta atenção quanto na atual gestão, presidia por Arthur Lira, porque  Maia é oposição ao governo Bolsonaro.  

— Quando o presidente da Câmara era o Rodrigo Maia, houve o pedido dele de R$ 30 bilhões para o Domingos Neto (PSD-CE), que seria o relator (do orçamento) da época. Era o dobro de hoje, e não houve essa convulsão toda. Porque, possivelmente, naquela altura, o presidente da Câmara garantiu aqueles recursos para ficar independente do governo, fazer política mesmo sendo oposição ao governo. Ninguém reclamou — disse Guedes, no evento.

Segundo Maia, as emendas de relator começaram de fato apenas neste ano, quando já não era mais presidente:

''Paulo Guedes está desesperado. Sabe que está desmoralizado e fica criando narrativas falsas. As emendas de relator, RP9, foram criadas no final de 2019, mas em 2020 não foram regulamentadas. Isso começa a partir de 2021, quando o próprio Guedes faz acordos com parte da Câmara''.