Ressocialização

Irmãos reeducandos ajudam na montagem da exposição de presépios em cartaz no Maspe

Renê e Renato dos Reis se dedicam à montagem e desmontagem da exposição junto com a equipe do museu

Reeducandos ajudam na montagem e desmontagem da mostra - Divulgação/Surama Negromonte

Irmãos reeducandos do sistema prisional de Pernambuco atuam na montagem da exposição de presépios exposta no Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe), em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Os dois cumprem regime aberto.

Renê e Renato dos Reis são acompanhados pelo Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), e trabalham através de convênio com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Os irmãos se dedicam à montagem e desmontagem da exposição junto com a equipe do museu.

Renê, de 30 anos, está há três no Maspe. “Ajudei a montar a exposição dos presépios e me sinto bem aqui. Não gosto muito de falar do passado, o que quero para minha vida é continuar trabalhando”, afirmou o reeducando, que, pelo apoio nas atividades, foi homenageado com o nome na ficha técnica de funcionários do equipamento cultural.
 

Renato, de 29 anos, irmão de Renê, que também atua no local, iniciou os trabalhos no museu em agosto deste ano e já se sente bem acolhido. “É um ambiente familiar, em que as pessoas nos tratam como todo mundo. O que eu espero é que a sociedade olhe para gente com outros olhos porque nós somos seres humanos e o ser humano erra”, reflete.  
 

Irmãos ajudam na mostagem e desmontagem da exposição de presípios do Maspe. Foto: Divulgação/Surama Negromonte

Além da exposição de presépios, que ocupa uma sala no primeiro andar do Maspe, os reeducandos também ajudaram na instalação e montagem de “As Marias de Pernambuco”, que mostra 30 representações de Nossa Senhora em diversos momentos da história. As duas exposições estão em cartaz no museu durante todo o mês de dezembro.

“Apostamos na educação e no trabalho como grandes aliados no processo de reinserção social, e a inclusão do reeducando no seu meio cultural é também um processo de auto-reconhecimento", destaca o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.