Em coletiva, presidente do Sport detalha reestruturação do clube após rebaixamento
Yuri Romão falou sobre o planejamento para 2022 e anunciou mudanças no modelo de gestão do clube
Após a consolidação do rebaixamento do Sport na noite da última terça-feira (30), o presidente Yuri Romão concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (1), na sala de imprensa do clube. Acompanhado de dirigentes, o mandatário rubro-negro discursou sobre a queda para a Série B e anunciou mudanças no modelo de gestão, além de detalhar os próximos passos do Leão para 2022, incluindo o planejamento do elenco, que já está sendo discutido e considerado "50% pronto", segundo o presidente.
Em seu discurso de abertura, Yuri Romão lamentou o quarto rebaixamento rubro-negro em 15 anos, mas afirmou que não se pode alimentar o lado negativo que o descenso traz e que a gestão vai "partir para cima" e "mudar a cara do Sport", para colocar em um patamar melhor do que foi encontrado.
"O momento hoje não poderia ser diferente. É um momento triste, que traz um sentimento amargo para todos nós que fazemos o Sport Club do Recife. Mas eu tenho uma coisa comigo, por tudo que já passei, é que a gente não pode ficar alimentando esse sentimento, ou esse lado negativo que esse descenso trará para a gente. Um amigo nosso disse uma vez que não se pode 'dar intimidade a problema'. E eu digo que não vamos fazer isso. Vamos partir para cima, vamos mudar a cara do Sport. E para isso, como atual comandante, mesmo que interinamente, vou liderar o time que está aqui. Junto com eles vamos buscar essa mudança, buscar colocar o Sport em um patamar bem melhor do que se encontrou aqui", disse.
Yuri seguiu, detalhando um pouco do que pode significar essa mudança dentro do clube, destacando que é preciso buscar "um clube moderno". Ainda de acordo com o presidente rubro-negro, os projetos foram apresentados a ex-presidentes, ex-vices e um antigo presidente do Conselho Deliberativo. Para o mandatário, caso os projetos saiam do papel, vão transformar o clube.
"Estamos buscando novos projetos que trarão novas fontes de receita, um novo modelo de gestão para o clube. O modelo de gestão, que até hoje perdura, não cabe mais para um clube da grandeza do Sport. A gente precisa ter um clube moderno. Seja no modelo físico ou no ponto de vista administrativo, de gestão. Tive a oportunidade, ontem, de me reunir com seis ex-presidentes do clube, ex-vices e um antigo presidente do Conselho Deliberativo, em uma reunião onde pudemos apresentar todos os projetos que temos feito e elaborando, que, se tirados todos do papel, irão realmente transformar o Sport", afirmou Yuri Romão.
Ao encerrar o discurso, Yuri Romão afirmou que as razões para realizar as mudanças no clube visam resgatar uma hegemonia do clube e um "protagonismo no futebol nordestino".
"Tudo está sendo feito com um único intuito, de resgatar essa hegemonia, essa coisa do Sport ser grande, de ser o Maior do Nordeste, como sempre gostamos de dizer. Dito isso, queria dizer o seguinte: o gosto amargo que ainda insiste em estar nas nossas bocas, a partir de amanhã, já não existe. O que estará agora é a sede de mudança, de trazer um novo papel para o Sport, de liderança, de protagonismo no futebol nordestino, como ele sempre teve"
Planejamento
"O percentual do planejamento, temos 50% dele pronto. Desde a semana passada, aquilo que não dependia de divisão, começamos a avançar. Carreras, junto ao executivo Jorge Andrade, já foram conversando e analisando contratos. Sexta-feira teremos uma nova rodada de reuniões, definindo perfis e inclusive o nosso orçamento para 2022".
Elenco
"A ideia é que a gente tenha uma espinha dorsal e isso depende dos contratos, vigências e valores do atual elenco. Assim que tivermos uma definição do orçamento, vamos conversar com Florentín, e aqueles atletas que couberem dentro desse planejamento, podem ficar. Então não sei se chegaremos aos 80%, pode até ser mais".
Queda de receita para 2022
"Com relação a queda de receita, é uma preocupação que tenho já há algum tempo, não sobre o descenso atual, mas o Sport não pode ficar a mercê de um único contrato de patrocínio. Não só o Sport, mas qualquer empresa. Você não pode ter um único contrato que lastreie a sua operação. Um dos projetos nossos é justamente dar ao clube uma sustentabilidade financeira, para que, ocorrendo alguma situação como a atual, que espero que tenha sido a última, não ocorra essa queda vertiginosa de receita, que prejudica muito".
Problemas com a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas da CBF)
"Em relação à CNRD, são montantes bem significativos. O Dr. Rodrigo Guedes tem trabalhado nisso de forma muito presente, até porque é o maior problema hoje nosso, a curto prazo. Vamos, dentro das possibilidades e de uma inovação, buscar os recursos para não sermos punidos, como não fomos em outras ocasiões. O empenho vai ser efetivo, vamos estar muito atentos".
Mudanças na parte financeira do clube
"Qualquer empresa com o faturamento como do Sport não pode gerir folha com papel e caneta. O Sport tem sistemas que não estávamos sabendo nem usar. São controles, funcionalidades, que precisam ser colocadas e dar aos funcionários que aqui estão a prerrogativa para que possam gerir as suas áreas, com centro de custo, orçamento, não depender de apenas um funcionário do financeiro".
Quitação do acordo de pagamento reduzido de salários
"Em relação ao pagamento dos 30%, a gente vai sentar nessa sexta-feira, para ver como obter o recurso e quitar. É uma questão pessoal, minha, que não gostaria de virar o ano com essa questão pendente. Provavelmente vamos tentar ir ao mercado para buscar o recurso e quitar esses débitos. Até porque os atletas, que estão no campo treinando, esses caras operaram um milagre. Eles fizeram a parte deles, não nos deram trabalho, zero, foram compromissados, sentiram a queda. Então a gente precisa ter respeito com essas pessoas também. Não abrirei mão de fazer a quitação desses valores".
Mudança de patamar do clube
"Quando eu falo em subir de patamar, não confunda com arrogância. É sobre melhorar. O Sport é um clube muito grande, em tudo, inclusive a vontade de ganhar é grande. Então a gente precisa organizar a casa, tanto do ponto de vista administrativo, financeiro, de patrimônio e de futebol. Organizado isso, é óbvio que isso vai elevar as possibilidades do clube. Quando a gente fala em elevar, não é só subir para a Série A. Isso é um reconhecimento de que a gente precisa mudar. Não há arrogância nessa história, é mudar a referência".
Possibilidade de venda de jogadores
"A temporada, de fato, trouxe uma evidência em torno de alguns atletas nossos. São ativos do clube. O clube tem uma situação não muito confortável do ponto de vista financeiro. Então se aparecer um negócio bom, que seja bom para o clube, para o atleta e para quem está adquirindo, não tem porquê não fazer essa operação. Essa gestão não vai fazer nada de forma abrupta e que não seja responsável e transparente".
Possibilidade de volta do presidente Leonardo Lopes
"Ainda não tive a oportunidade de conversar com o presidente Leonardo Lopes. Havíamos marcado em dezembro ou em janeiro, mas assim que a gente fizer essa conversa, definimos se permaneço mais algum tempo ou se ele volta. O que é mais importante dizer é que desde que eu assumi como vice-presidente, assumi com um papel de cuidar das finanças do clube. Se por acaso Leo voltar, a gente volta pra o mesmo local e fazemos, como ele mesmo gostava de dizer, essa co-gestão, onde eu cuido da parte financeira e ele da parte jurídica. Mas temos um norte, uma diretriz, um objetivo, e isso independe de quem está a frente. Muda o estilo, mas nunca o objetivo, que é da gestão e não do comandante."
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