Ministério Público de Goiás denuncia PMs que mataram rapaz com câncer nos ossos após abordagem
A família conta que a abordagem aconteceu após ele sair para comprar um refrigerante em uma distribuidora de bebidas
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou nesta quarta-feira (8), dois policiais militares pela morte do barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, no dia 10 de novembro, em uma rua do Residencial Fidélis, em Goiânia. Portador de câncer nos ossos, o jovem faleceu seis dias após a agressão em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Goiânia. A família conta que a abordagem aconteceu após ele sair para comprar um refrigerante em uma distribuidora de bebidas.
Segundo a denúncia, os policiais militares, Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior e Bruno Rafael da Silva, usaram cassetetes nas agressões, que atingiram corpo e cabeça da vítima, ocasionando a morte por traumatismo crânio encefálico grave. O Ministério Público de Goiás manifestou-se favoravelmente à decretação da prisão preventiva dos dois policiais militares.
Os policiais foram denunciados por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima (artigo 121, parágrafo 2º, incisos I, III e IV).
Os promotores de Justiça, ao se manifestarem favoravelmente à decretação da prisão preventiva, argumentaram a sua necessidade para a aplicação da lei penal, visto que se trata de delito hediondo, cometido com crueldade e de forma fria e violenta.
Segundo os promotores de Justiça que assinam a denúncia, Geibson Rezende, Sebastião Marcos Martins, Felipe Oltramari, Luís Antônio Ribeiro Júnior e Sávio Fraga e Greco, a vítima caminhava na rua com um amigo, quando foram abordados pelos dois PMs, que solicitaram a documentação pessoal. Após repreendê-los por estarem na rua naquela hora da noite, passaram a agredir violentamente Chris Wallace da Silva com chutes, tapas e golpes de cassetete. Além disso, também o empurraram contra um muro de concreto chapiscado com pedra.
Segundo a denúncia, o rapaz informou aos policiais que era portador de leucemia e pediu para que as agressões fossem interrompidas. Ele não foi atendido. Os ataques pararam somente quando Chris Wallace da Silva se desvencilhou das agressões e saiu correndo.
Ao chegar em casa, o rapaz começou a ter crise convulsiva e a vomitar sangue. Ele foi levado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia, onde permaneceu inconsciente até o dia 16 de novembro, quando faleceu.