COI vai destinar 560.000 dólares de ajuda para esportistas no Afeganistão
Entidade evacuou 300 membros da comunidade esportiva em agosto
O Comitê Olímpico Internacional, depois de ter organizado a evacuação de quase 300 membros da comunidade esportiva afegã desde meados de agosto, anunciou a distribuição de quase 500 mil euros em ajuda aos atletas que permanecem no país.
"Graças à nossa diplomacia discreta, os talibãs aceitam e apoiam a entrega pelo COI de ajuda humanitária a membros da comunidade olímpica que ainda vivem no Afeganistão", disse a repórteres o presidente do órgão olímpico, Thomas Bach.
A comissão executiva do COI decidiu destinar uma quantia de 560.000 dólares a cerca de 2.000 atletas olímpicos e paralímpicos de todas as modalidades, que serão distribuídos pelo Alto Comissariado da ONU para os refugiados.
Essa ajuda se baseia em intervenções anteriores do COI no Afeganistão desde que o Talibã tomou o poder em meados de agosto, seguido pela evacuação de quase 300 atletas, técnicos e oficiais afegãos graças a vistos humanitários obtidos por vários comitês olímpicos nacionais de seus respectivos governos.
Mas, embora esses vistos sejam cada vez mais "difíceis de obter", como Thomas Bach reconheceu na terça-feira, o COI se comprometeu em 18 de novembro a manter conversações com o Talibã sobre as pessoas que permaneceram em território afegão, especialmente mulheres e meninas.
"Explicamos claramente a eles que o livre acesso ao esporte, sem discriminação de gênero, etnia, religião ou outra, é essencial para o respeito da Carta Olímpica", disse o dirigente.
O caso afegão também é uma oportunidade para o COI defender sua "diplomacia discreta", termo usado recentemente para justificar sua polêmica intervenção no caso da tenista chinesa Peng Shuai, que desapareceu durante várias semanas após denunciar publicamente ter sofrido uma agressão sexual por parte do ex-vice-premiê chinês Zhang Gaoli.
A primeira entrevista de Peng Shuai com um interlocutor estrangeiro foi com Thomas Bach, em uma chamada de vídeo em 21 de novembro, seguida por outra no início de dezembro.
Acusado de servir à propaganda de Pequim, o COI considera "mais eficaz" agir com discrição para garantir o "bem-estar e segurança" da jogadora, sem mencionar as acusações que fez.