Coronavírus

Países ricos recebem aviso da OMS por acúmulo de vacinas contra ômicron

Uma proporção significativa de profissionais de saúde e pessoas vulneráveis em países pobres não receberam ainda a primeira dose

Vacina contra Covid-19 - Daniel LEAL/AFP

Uma funcionária da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, nesta quinta-feira (9), que os países ricos não se apressem em comprar vacinas - em detrimento dos países pobres - e ressaltou que a necessidade de uma terceira dose contra a variante ômicron não está comprovada.

Com o surgimento dessa variante, “existe o risco de que os suprimentos globais sejam redirecionados para países de alta renda que buscam acumular vacinas para proteger excessivamente suas populações”, disse a Dra. Kate O'Brien, responsável pela vacinação da OMS, durante uma reunião com a imprensa.

O'Brien faz parte do Comitê Consultivo de Especialistas em Imunização da OMS (SAGE).
 

Na quarta-feira, as empresas Pfizer e Biontech, fabricantes de um dos imunizantes de RNA mensageiro contra a Covid-19, divulgaram um estudo no qual afirmam que sua vacina também é eficaz contra a ômicron se forem administradas três doses ao invés de duas.

A OMS considerou os dados desse estudo, disse O'Brien, e de fato pode ser "que as doses adicionais possam proteger melhor contra a ômicron", mas "ainda estamos no começo".

Uma proporção significativa de profissionais de saúde e pessoas vulneráveis em países pobres não receberam ainda a primeira dose.

A funcionária enfatizou que um novo frenesi por parte dos países ricos em acumular vacinas só ajudaria a prolongar a pandemia.