G7 determinado a mostrar frente unida contra 'agressores' mundiais
Também na pauta as manobras da Rússia na fronteira ucraniana
Os ministros das Relações Exteriores do G7 se reuniram neste sábado (11) em Liverpool, no norte da Inglaterra, para mostrar unidade contra os "agressores" mundiais e falar sobre as manobras da Rússia na fronteira ucraniana, que preocupam a comunidade internacional.
"Temos que nos unir com força para enfrentar os agressores que tentam limitar as fronteiras da liberdade e da democracia", disse a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, cujo país preside este ano o grupo de sete grandes economias, no início deste encontro de dois dias.
"Para isso, temos que fazê-lo com uma única voz", acrescentou, pedindo reflexão para "reduzir a dependência estratégica" e reforçar a "arquitetura da segurança" das grandes potências democráticas contra os "governos autoritários". Embora não tenha especificado esses adversários, suas afirmações vão na mesma linha das intenções dos Estados Unidos de conduzir o G7 a uma estratégia ocidental para frear as ambições da China a nível mundial.
E também com outro rival na mira: Moscou. Há semanas, a Otan, os Estados Unidos e os líderes europeus acusam a Rússia de querer invadir a Ucrânia, o que o Kremlin nega.
"Frente unida"
Este assunto já foi abordado nas primeiras reuniões bilaterais à margem do encontro principal. Liz Truss falou com a nova chefe das Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock, sobre a necessidade de formar uma "frente unida contra a agressão russa".
Baerbock e o secretário de Estado americano Antony Blinken concordaram que "é necessário ter uma resposta firme em caso de escalada de Moscou", segundo Washington.
Na terça-feira, o presidente americano Joe Biden falou com seu homólogo russo Vladimir Putin e o advertiu de que a Rússia corria o risco de sofrer "fortes sanções, inclusive econômicas" se intensificar sua ação militar na Ucrânia.
Além dessa tensão militar, os chefes das diplomacias da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido debaterão sobre as crises atuais em Mianmar e na Etiópia.
Sobre as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear, espera-se que os ministros do G7 peçam a Teerã que interrompa a escalada e volte ao acordo de Viena.
Para Liz Truss, a "frente unida" contra os regimes autoritários precisa também se aprofundar nas relações econômicas entre os países democráticos.
"Devemos ganhar a luta das tecnologias, garantindo que nossas normas tecnológicas sejam estabelecidas por aqueles que acreditam na liberdade e na democracia", insistiu, em outra alusão a Pequim.