Poema

O forró como Patrimônio Imaterial é tema de poesias de Wilson Araújo

Poeta maranhense de alma pernambucana tem seus poemas publicados semanalmente no Portal Folha de Pernambuco

Luiz Gonzaga, Rei do Baião - Reprodução/Instagram

PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO 

 

forró 

forrobodó 

forroBodocó

forroBodocongó...

 

e tome fluxo

em que Exu é o eixo

 

forrÅBOdó

 

               Wilson Araújo de Sousa (WAS)

 

CHICO

 

O Chico

é fuxico!

Quantos sambas bonitos

amando ritas

numa linhagem

que faz viagem

com madalenas,

januárias, carolinas...

E então foi buscar o lugar

certo de colocar um (belo!) samba

fora do lugar:

“Essa moça tá diferente

já não me conhece mais

está pra lá de pra frente

está me passando pra trás”.

Mas o tempo vai, mas o tempo 

vem pro templo do samba.

E o que quer o samba?

“Amar uma mulher sem orifício”!

Chico é fuxico!

Como o Chico é do ofício!

Mas “amar uma mulher sem orifício”!?

Chico! Francisco!

E aquelas dentro daquela aquarela

em que não querem querelas

com o Chico Buarque?

Batuque, toque

para as fãs incondicionais num vário

tão vasto e que nunca devasta:

nenhuma abdica de Chico!

Amar uma mulher sem orifício, Chico? É fuxico!

 

        Wilson Araújo de Sousa (WAS)

 

 

TESSITURA DA FOSSA 

 

meta

amor

fossa

 

amor

tece

dor               (disse alguém)

 

tece a tessitura

do samba triste

de fim de noite

 

acontece o samba canção

que chora tua tristeza

com a lágrima-flor da obsessão

 

        Wilson Araújo de Sousa (WAS)