COVID-19

Teletrabalho e estímulo à vacinação contra a ômicron no Reino Unido

A partir desta semana também será exigido o passaporte sanitário em locais como casas noturnas e estádios de futebol

No discurso de domingo, Johnson destacou a "forte onda" da nova variante do coronavírus, que se propaga como pólvora pelo Reino Unido - AFP / Jessica Taylor / Parlamento do Reino Unido

Para frear a rápida propagação da variante ômicron, os britânicos retornam ao teletrabalho a partir desta segunda-feira (13), enquanto o governo inicia uma luta contra o tempo para aplicar o maior número possível de vacinas de reforço até o fim do ano. 

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson estabeleceu a missão complexa de oferecer a terceira dose da vacina contra a Covid-19 a todos os adultos do país até 31 de dezembro.

Isto significa quase um milhão de doses por dia: o país abriu mais centros de vacinação, que funcionarão por mais horas ao dia e receberão o apoio do exército. 

O site do governo que permite agendar a vacinação  caiu no domingo à noite, após um discurso de Johnson à nação. E os problemas persistiam nesta segunda-feira. 

O portal informa ainda que acabaram os testes de antígenos que o serviço de saúde pública inglês distribui gratuitamente e que agora devem ser feitos diariamente por quem tem contato contato próximo com um infectado com a variante ômicron.

Teletrabalho e passaporte sanitário 

Com 66 milhões de habitantes, o Reino Unido, que com mais de 146.000 mortes é um dos países da Europa mais afetados pela pandemia, já havia decretado na semana passada medidas de precaução como o uso de máscaras em quase todos os locais fechados e o teletrabalho, que entrou em vigor nesta segunda-feira.

Mas no início da manhã o tráfego era intenso em áreas como a City de Londres e muitos ônibus circulavam lotados.  

A partir desta semana também será exigido o passaporte sanitário em locais como casas noturnas e estádios de futebol.

As medidas irritaram alguns deputados do Partido Conservador de Johnson, que ameaçam uma rebelião na terça-feira, quando o Parlamento votará as novas medidas. Porém, as novas regras têm a aprovação garantida graças ao apoio do opositor Partido Trabalhista. 

Este seria um novo revés para o primeiro-ministro, enfraquecido após uma série de escândalos relacionados com supostas festas celebradas em Downing Street no ano passado, quando as comemorações estavam proibidas pela pandemia e os britânicos se viram privados de reuniões familiares de Natal.

Rápida propagação 

No discurso de domingo, Johnson destacou a "forte onda" da nova variante do coronavírus, que se propaga como pólvora pelo Reino Unido, e antecipou em um mês a meta de oferecer a terceira dose a todos os maiores de 18 anos.

A ômicron se "propaga a um ritmo extraordinário, que não havíamos observado antes", afirmou nesta segunda-feira o ministro da Saúde, Sajid Javid, ao canal Sky News. Ele disse que o número de casos dobra a cada dois ou três dias.  

"Nossa estratégia tem sido ganhar tempo para avaliar e construir nossas defesas, para evitar que os hospitais fiquem lotado", explicou. 

Com o rápido aumento dos contágios, o nível de alerta pela Covid-19 foi elevado no domingo de três para quatro (a escala vai até cinco), o que indica que "a transmissão é alta" e a pressão sobre a saúde pública "significativa ou crescente". 

Quinze dias após a detecção no país, o Reino Unido registra 3.137 casos de ômicron, mas os especialistas acreditam que o número é muito superior e o governo prevê que será a variante dominante em poucos dias. 

De acordo com Javid, a variante já representa 40% das infecções em Londres.