Governo federal quer construir memorial para policiais mortos
Monumento, que seria gesto para base de apoio de Bolsonaro, ficaria atrás da Praça dos Três Poderes e já teve construção autorizada pelo Iphan
Parte da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, os agentes de segurança pública podem ganhar uma homenagem na parte central de Brasília, atrás da Praça dos Três Poderes. O governo federal planeja construir no local um memorial para agentes públicos que morreram em serviço, com destaque para policiais. Batizado de "Memorial Heróis do Brasil", o monumento já tem a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para ser construído.
De acordo com o projeto, a ideia é construir uma base de concreto, onde ficariam placas com nomes dos homenageados. Na extremidade dessa base, seria construída uma escultura com a silhueta de "um agente público de segurança", que prestaria continência virado para a bandeira do Brasil que fica hasteada na Praça dos Três Poderes.
O objetivo é realizar uma "permanente homenagem aos agentes públicos falecidos em serviço, sobretudo em ações de segurança pública no país", com a premissa de ser um "elemento arquitetônico de baixo impacto visual e significativo valor simbólico". O monumento ficaria ao lado Espaço Oscar Niemeyer e próximo ao Bosque dos Constituintes.
O projeto foi elaborado ao longo de 2019, por um grupo de trabalho interministerial, criado por um decreto de Bolsonaro e integrado por nove pastas. Em dezembro daquele ano, foi solicitada autorização para o Iphan, já que a área é tombada.
O instituto autorizou a construção, após avaliar que "a proposta de intervenção se insere de forma discreta, se integra à paisagem e não perturba a ambiência e visibilidade dos bens em seu entorno" e que a mantém a "característica cívica e simbólica do local". O instituto recomendou somente não "eliminar vegetação existente, de forma a manter a característica de bosque público".
Entretanto, a projeto ficou parado durante dois anos — justamente o prazo que o Iphan havia dado para a pedra fundamental ser construída. No mês passado, a Presidência solicitou ao Iphan a prorrogação do prazo por seis meses, pedido que foi concedido, desde que o projeto não seja alterado, o que demandaria uma nova autorização.
Procurada, a Casa Civil da Presidência informou que "as discussões sobre o projeto do Memorial Heróis do Brasil estão sendo retomadas pela Casa Civil" e que "no momento, ainda não é possível estimar uma data de finalização, bem como o custo total do projeto".
Desde o início do mandato, Bolsonaro já fez diversos gestos para agentes de segurança, incluindo para os que morreram em serviço. Em dezembro do ano passado, por exemplo, durante viagem de fim de ano para a Baixada Santista, o presidente compareceu ao enterro de um policial militar que morreu afogado ao salvar crianças que se afogavam no mar de Itanhaém (SP).
Também no ano passado, ele participou de uma cerimônia no Ministério da Justiça em homenagem a um soldado do Exército que morreu durante um patrulhamento no Rio Paraná e foi ao Rio de Janeiro para participar do velório de um soldado paraquedista que morreu em um acidente.