Ex-presidente do Inep morre aos 66 anos
Rodrigues trabalhou por 15 anos na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, onde morava com a família
O ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Marcus Vinicius Rodrigues morreu aos 66 anos na madrugada desta segunda-feira (13) em decorrência de um câncer. Rodrigues foi o primeiro nome escolhido pelo governo Jair Bolsonaro para chefiar o Inep e ficou no cargo por cerca de dois meses.
Rodrigues trabalhou por 15 anos na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, onde morava com a família. Doutor pela UFRJ, o engenheiro trabalhou como consultor sobre temas relacionados à administração e teve 12 livros publicados, como autor e coautor.
Quando chegou ao Inep, durante a gestão do ministro Ricardo Vélez Rodriguez, Marcus Vinícius deixou claro que acompanharia pessoalmente a confecção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para retirar eventuais questões que trouxesse "uma ideologia forte". De fato, durante sua gestão foi instituída uma comissão para fazer a revisão de itens usados no exame. O Globo mostrou que o grupo sugeriu troca de "ditadura" por "regime militar" em questões do Banco Nacional de Itens.
Próximo da ala militar do governo, Rodrigues foi demitido do cargo após crise que também culminou na saída de Vélez. Na ocasião, o ex-presidente do Inep assinou uma portaria revogando avaliação de alfabetização, área colocada como prioridade pelo governo, e afirmou que a medida tinha sido tomada a pedido do Ministério da Educação (MEC).
Recentemente, Rodrigues se colocava como crítico à atual gestão do Inep, sob Danilo Dupas, e ao MEC, gerido pelo pastor Milton Ribeiro. O engenheiro chegou a afirmar que o Inep estava sendo "ferido de morte", após denúncias feitas por servidores do órgão. Trinta e sete servidores pediram dispensa de seus cargos de coordenação após acusações contra Dupas.
"Isso nunca aconteceu na história do Inep. Se essas pessoas, que são profissionais qualificados, estão tomando uma decisão drástica como essa, é indicação de que algo muito sério está acontecendo no instituto e portanto isso é de preocupação de todos que estão envolvidos com educação no Brasil. Não há educação de qualidade no Brasil sem que o Inep funcione normalmente", alertou Rodrigues na época.
Rodrigues deixa a mulher, Telma, as filhas Gabriela, Samantha e Sabrina. E o neto Thomas. O velório do ex-presidente do Inep ocorrerá na terça-feira, das 13h às 16h, na Capela Salão Celestial, no crematório do Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.