garimpo ilegal

Força Nacional é acionada para proteger sede do Ibama em Roraima

A medida de prevenção foi tomada porque o Ibama recebeu informações de que haveria uma manifestação nesta segunda de manhã na frente da sede

Força Nacional foi chamada depois que garimpeiros marcaram protesto na frente do prédio do Ibama - Divulgação

A Força Nacional foi acionada nesta segunda-feira (13) para proteger a sede do Ibama em Boa Vista, em Roraima. Agentes do órgão de fiscalização ambiental têm realizado há duas semanas operações diárias para combater o garimpo ilegal na Terra Yanomami, cujo território se estende de Roraima ao Amazonas, o que envolveu a destruição de caminhonetes, equipamentos e alojamentos dos exploradores ilegais.

A medida de prevenção foi tomada porque o Ibama recebeu informações de que haveria uma manifestação nesta segunda de manhã na frente da sede. O expediente no local foi cancelado e cerca de 40 homens da Força Nacional foram chamados para reforçar a segurança do prédio. No fim, nenhum garimpeiro apareceu.

O ato havia sido chamado com horário e endereço pela Associação dos Garimpeiros Independentes de Roraima (AGIRR), que conclamouo "apoio da população e de empresários a unir forças com a nação garimpeira". O estado, no entanto, é o único da Amazônia legal que não tem nenhum garimpo regularizado.

Em 8 de setembro, um carro que estava estacionado na garagem do Ibama foi incendiado durante a madrugada e o Corpo de Bombeiros precisou ser chamado. Os agentes atribuíram o fogo a um ataque em represália a ações de fiscalização contra o garimpo ilegal.
 

Em fevereiro, uma lei que liberava o garimpo de todos os tipos de minério no estado, inclusive com o uso de mercúrio, foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Roraima e sancionada pelo governador Antonio Denarium (sem partido). A legislação foi considerada em seguida insconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo mês e perdeu a validade.

Maior território indígena do país, com 9,6 milhões de hectares, a reserva Yanomami abriga cerca de 27 mil indígenas, incluindo alguns povos isolados. O número é quase igual ao de garimpeiros, 25.000. que invadiram a região nos últimos dois anos, atraídos pelo aumento do preço do ouro no mercado internacional e a expectativa de que o governo Bolsonaro vai liberar a extração mineral em terras de povos originários.

Desde maio, a reserva tem sido palco de confrontos a tiros entre garimpeiros e indígenas, sobretudo na comunidade de Palimiú, que fica dentro da terra Yanomami. Naquele mês, o STF determinou que o governo federal tomasse "todas as medidas necessárias" para proteger a "integridade físcia e a saúde" do povo Yanomami. A Força Nacional, então, foi enviada a Roraima e desde então permanece por lá.