Migração

EUA anunciam mais investimentos privados na América Central para conter migração

Anunciados pela vice-presidente, Kamala Harris, as novas iniciativas se baseiam em oportunidades econômicas sustentáveis dentro da América Central

Vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris - Olivier Douliery/AFP

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, anunciou nesta segunda-feira (13) novos compromissos de investimentos do setor privado na América Central, como parte de um plano de mais de 1,2 bilhão de dólares lançado em maio para combater as causas da migração.

Com o plano, as empresas podem se engajar no enfrentamento sustentável da migração por meio de oportunidades econômicas.

Entre as iniciativas reveladas nesta segunda-feira, estão as da CARE International, Cargill, Grupo Mariposa, Parkdale Mills, PepsiCo, JDE Peet's e PriceSmart. Por sua vez, Mastercard, Microsoft e Nespresso anunciaram novos projetos na região, além dos já indicados em maio. 

Harris fez o anúncio no encerramento de uma conferência virtual convocada pelo Departamento de Estado, a Câmara de Comércio dos EUA e a The Partnership for Central America, que atraiu mais de 1.300 líderes empresariais, governamentais e da sociedade civil.

Algumas das iniciativas de maio já estão dando frutos: a Microsoft desenvolveu centros de capacitação em acesso digital e energia limpa e formou mais de 10 mil pessoas em habilidades técnicas e digitais básicas. A Nespresso trabalha com mais de 1.200 fazendas na Guatemala, além de anunciar seu primeiro fornecimento de café de Honduras e El Salvador.

A Mastercard negociou e assinou um memorando de entendimento para incorporar cinco milhões de pessoas de El Salvador, Guatemala e Honduras à economia formal e ajudar um milhão de micro e pequenas empresas a acessar sistemas de gestão e pagamento online.

Segundo a vice-presidência americana, a convocação busca o desenvolvimento de longo prazo em seis áreas: uma agenda de reformas, inclusão digital e financeira, segurança alimentar e agricultura ambientalmente inteligente, adaptação climática e energia limpa, educação e desenvolvimento da força de trabalho e, por fim, acesso à saúde pública.

A estratégia de Washington inclui ainda o desembolso de fundos governamentais para fortalecer a governança democrática, combater a corrupção e melhorar a segurança.

Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, os Estados Unidos registraram 1,7 milhão de entradas ilegais através de sua fronteira sudoeste.

O presidente dos EUA, Joe Biden, encarregou Kamala Harris de supervisionar os esforços com Guatemala, Honduras, El Salvador e México para eliminar as "raízes" do êxodo para o norte: a pobreza extrema, a violência, a corrupção e o impacto das mudanças climáticas.