Ataque com explosivo deixa três mortos em aeroporto colombiano
O agressor conseguiu cruzar a malha que separa da pista, e foi quando houve a primeira detonação
Dois policiais e um suposto agressor morreram, nesta terça-feira (14), em um ataque "terrorista" com explosivos no aeroporto internacional da cidade de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela - informaram autoridades locais.
O agressor conseguiu cruzar a malha que separa da pista, e foi quando houve a primeira detonação.
Seus restos mortais ficaram espalhados no local, relatou a polícia, que não determinou se a bomba explodiu antes do tempo ou se foi um atentado suicida, uma prática incomum no longo conflito colombiano.
"Depois, nossos especialistas antiexplosivos, ao fazerem o reconhecimento da área, identificaram uma maleta" que também explodiu e causou a morte de dois deles, informou o chefe da Polícia Metropolitana de Cúcuta, coronel Giovanni Madarriaga, à imprensa.
Partes dos corpos eram vistas ao redor das explosões, segúndo um repórter da AFP. Os uniformizados mortos forma identificados como David Reyes e William Bareño, especialistas em desminagem.
Policiais, soldados, médicos e funcionários do Ministério Público cercaram rapidamente o aeroporto Camilo Daza, que suspendeu suas operações após a primeira explosão. Algumas casas próximas foram danificadas. As forças anti-explosivos inspecionavam o local com cães farejadores.
Um deles, realizado com tiros de fuzil disparados do solo, atingiu o helicóptero em que viajava o presidente Iván Duque, enquanto se aproximava do aeroporto de Cúcuta, em 25 de junho. Nem o presidente, nem seus acompanhantes ficaram feridos.
Grupos insurgentes armados disputam o controle do narcotráfico na região, aproveitando-se da porosa fronteira de 2.700 km entre a Colômbia e a Venezuela.
No município de Carmen de Viboral, no departamento (estado) de Antioquia, onde participava de um evento econômico, Duque condenou o ataque "terrorista". Ele assegurou que se trata de uma "reação" das organizações ilegais "diante dos golpes que a força pública vem infligindo".
O ministro da Defesa sugeriu que o ataque pode ter sido planejado em território venezuelano.
Recompensas e um controle maior
Colômbia e Venezuela romperam relações pouco depois da chegada de Duque ao poder, em agosto de 2018. Bogotá acusa o governo de Nicolás Maduro de abrigar e dar proteção a membros de grupos ilegais armados colombianos, o que Caracas nega.
Segundo declarou o ministro Molano mais cedo, estas organizações "muitas vezes planejam, financiam e desenvolvem seus ataques em território venezuelano e depois buscam cometê-los em território colombiano, infelizmente".
Além do ataque contra o helicóptero de Duque, um posto militar foi alvo de um carro-bomba que explodiu em 15 de junho, deixando 44 feridos.
Em agosto, um ataque com explosivos contra um posto da polícia em Cúcuta deixou 14 feridos, entre civis e agentes. E, em 11 de setembro, cinco militares morreram e outros seis ficaram feridos por explosivos e rajadas de fuzil, em um ataque à sua patrulha em Arauquita, no departamento (estado) vizinho de Arauca.
Após um conselho de segurança em Cúcuta, o ministro Molano ofereceu uma recompensa de cerca de 26.000 dólares por informações que levem aos autores do ataque no aeroporto.
Ele também anunciou um reforço policial em "pontos críticos" da cidade e de militares no perímetro do aerporto, com vistas às festas de fim de ano.
Principal exportador de cocaína do mundo, a Colômbia enfrenta o pior surto de violência desde a assinatura do acordo de paz com as Farc.
O ministro da Defesa destacou que em Norte de Santander há cerca de 40.000 hectares de cultivos de coca, "a fonte principal geradora de violência".
Mais de 13.000 homens vigiam a região por ordem presidencial para "neutralizar e desmantelar estes grupos criminosos", segundo Molano.
"Reitero a mensagem aos grupos terroristas: vamos continuar atacando e cada vez com mais severidade", alertou o presidente Duque.