Ministério da Agricultura estima que impacto do embargo chinês para carne bovina será de 2%
Apesar de suspender a importação de carne brasileira por três meses, governo avalia que retomada das exportações para China deve equilibrar volume de exportação
O fim do embargo chinês à compra de carne bovina brasileira, cujas exportações foram suspensas por três meses devido ao registro de casos pontuais da doença da vaca louca, foi comemorado pelo governo brasileiro. O Ministério da Agricultura estima que o impacto no resultado comercial, caso apresente alguma diferença, não será superior a 2%.
"Ano passado, nós exportamos para o mundo pouco mais de US$ 8 bilhões em carne bovina, e cerca de US$ 4 bilhões foram para a China. Esse ano o resultado seria parecido. A gente acredita que se houver alguma diferença, não será superior a 2%" afirmou Orlando Leite Ribeiro, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.
A explicação é de que apesar da interrupção pontual nas vendas para o maior comprador de carne bovina brasileira, o país conseguiu exportar para outros parceiros, como os Estados Unidos.
No entanto, entidades ligadas ao agronegócio e ao comércio exterior estimam que o embargo chinês à carne brasileira tenha causado prejuízo de cerca de US$ 2 bilhões.
O veto à carne bovina do Brasil começou em 4 de setembro e foi removido apenas nesta quarta-feira (15).
A suspensão dos embarques para a China foi decidida pelo próprio governo brasileiro, depois do registro de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como vaca louca, em Minas Gerais e Mato Grosso.
De acordo com a pasta, o fim do embargo é resultado de intensa negociação técnica entre os dois países.
"A noticia de hoje é que retomamos o fluxo normal de exportações para a China após esse período de negociações. Tivemos negociação bastante técnica. É uma boa notícia para o setor, porque é o principal destino de exportação de carne bovina brasileira e voltamos a situação que estávamos antes dessa suspensão que ocorreu" afirmou José Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária da pasta.
Os próximos passos, de acordo com o secretário, envolvem a orientação dos exportadores brasileiros. O acerto com a China é de que o país comprará a carne que já foi produzida no país, ainda que durante o embargo. A exigência é que o certificado sanitário seja emitido a partir deste 15 de dezembro.