Caso Kiss: Luciano Bonilha se entrega e todos os condenados começam a cumprir pena
Tribunal do Júri condenou os quatro réus pelo incêndio de 2013 na última sexta-feira
O último dos quatro condenados no caso Boate Kiss foi preso nesta quarta-feira, no Rio Grande do Sul. Luciano Bonilha, assistente da banda Gurizada Fandangueira, se entregou à polícia em São Vicente do Sul, na região central do estado, segundo o G1.
Com isso, ele se junta aos outros três réus, que já haviam se apresentado à polícia. Outro integrante da banda, Marcelo de Jesus dos Santos, e Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, foram presos na terça-feira. Mauro Hoffmann, também sócio, se entregou nesta manhã em Santa Catarina.
Os quatro foram condenados na última sexta-feira pelo Tribunal do Júri em Porto Alegre pela morte de 242 pessoas e 636 feridos. O julgamento durou dez dias e teve depoimentos de sobreviventes, testemunhas, representantes do poder público e dos próprios réus.
Um habeas corpus preventivo expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no entanto, impediu a prisão imediata do quarteto, na contramão da determinação do juiz Orlando Faccini Neto.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspendeu a decisão do TJ-RS e determinou que os quatro condenados fossem imediatamente presos. Ele atendia a um pedido feito pelo Ministério Público gaúcho e anotou que a decisão do Tribunal abalava a confiança da população nas instituições públicas.
"Ao impedir a imediata execução da pena imposta pelo Tribunal do Juri, ao arrepio da lei e da jurisprudência, a decisão impugnada abala a confiança da população na credibilidade das instituições públicas, bem como o necessário senso coletivo de cumprimento da lei e de ordenação social", escreveu o presidente do STF.
Bonilha e Santos devem cumprir pena de 18 anos por homicídio simples com dolo eventual. Spohr foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão, e Hoffmann, a 19 anos e seis meses.
O caso marcado como "Boate Kiss" ou "tragédia de Santa Maria" ocorreu em janeiro de 2013, numa casa noturna da cidade gaúcha. Centenas de pessoas morreram durante apresentação da banda Gurizada Fandangueira, quando um dos integrantes acendeu um artefato pirotécnico que causou um incêndio no estabelecimento.
Além dos 242 mortos, centenas ficaram feridos, alguns dos quais com sequelas permanentes.