Noronha é exemplo de boas práticas
Ilha é o primeiro distrito do Brasil a ter carbono zero. Meta do Estado para Fernando de Noronha é zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050
Uma das referências de bom uso de energias renováveis e de práticas sustentáveis é o arquipélago de Fernando de Noronha, que é destaque nacional no assunto. A ilha é o primeiro distrito do País a ter carbono zero. Lançado em 2013, pelo então governador Eduardo Campos, o Programa Noronha Carbono Zero tem como propósito acompanhar a meta estabelecida pelo atual governador, Paulo Câmara, que é neutralizar, até 2050, todas as emissões de gases de efeito estufa.
“O plástico zero é um projeto-piloto no Brasil, onde realizamos fiscalizações e isso ajuda na diminuição do rejeito de plásticos nos oceanos. Todo esse processo contribui para o desenvolvimento sustentável da ilha. Temos limitações geográficas, já que somos uma ilha, e precisamos praticar um modelo mais sustentável”, disse a superintendente de Meio Ambiente da Administração de Fernando de Noronha, Mirella Moraes.
Práticas sustentáveis
A superintendente conta que as práticas sustentáveis adotadas têm o objetivo de contribuir para um ecossistema mais equilibrado. “Pensamos em várias ações para estimular a sustentabilidade na ilha, com o aproveitamento da água, uso da energia limpa, a reutilização dos resíduos, fazer compostagem. São práticas que buscamos estimular entre os moradores, estabelecimentos, turistas. A ilha é oceânica e sensível, temos duas unidades de conservação ambiental e é muito importante adotar essas práticas. Tentamos ser exemplo e modelo para outras regiões no Brasil”, afirmou.
O Distrito de Fernando de Noronha adota medidas que reduzem o uso de plástico para manter o arquipélago melhor preservado. Uma das iniciativas, criada a partir de um decreto distrital, proíbe a entrada de plástico de uso único (como sacolas, canudos e pratos de plásticos, entre outros) na ilha. Já quanto aos veículos, a partir do próximo ano, será proibida a entrada de veículos à combustão, os que são abastecidos com gasolina.
“O projeto carbono zero pretende eliminar o uso do carbono em Noronha, mudando o sistema de energia termelétrica para solar. Hoje já temos 15% de energia solar, uso de carro elétrico, e até agosto do ano que vem é o limite para a entrada de carros à combustão, sendo permitida apenas a chegada dos elétricos. Até 2030, os carros que já estão na ilha devem ser substituídos por elétricos”, explicou Mirella, que enfatizou: “A ilha só terá carro elétrico”.
A substituição da energia termelétrica por usinas solares é um dos projetos já em execução no local. Atualmente, as duas plantas de energia fotovoltaica existentes já contribuem com 15% de toda a geração de energia elétrica.
Emissões de gases
Aproximadamente 55% das emissões de gases de efeito estufa da ilha são de aeronaves que fazem o transporte de passageiros de ida e volta para o continente. A usina termelétrica a óleo ocupa o segundo lugar e os transportes terrestres o terceiro, respectivamente com cerca de 30% e 10%.