'Dei o primeiro passo, agora vamos conversar muito para poder dar um segundo passo', diz Alckmin
Sobre a saída do PSDB, o político afirmou que a desfiliação ocorreu devido a mudanças que aconteceram no partido ao longo do tempo
Um dia após deixar o PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse, nesta quinta-feira (15), que o "segundo passo", ou seja, anunciar a qual partido irá se filiar, depende de "conversar muito" e "ouvir muito". Cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin analisa convites para entrar no PSB, PSD e no Solidariedade.
Aliados esperam uma decisão de Alckmin para o ano que vem. O ex-governador é conhecido por não tomar decisões no calor do momento. A desfiliação do PSDB, por exemplo, concretizada ontem, vinha sendo ventilado há sete meses.
Em um discurso durante congresso no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), em Mongaguá, no litoral paulista, Alckmin disse que os políticos devem focar na "pacificação" do país.
"Eu dei o primeiro passo. Agora, nós vamos ouvir muito, conversar muito, para poder dar um segundo passo. Então, vamos aguardar, a hora é de ouvir bastante e conversar bastante. E nesse momento, é o momento de grandeza política, de espírito público e de união", afirmou Alckmin.
Sobre a saída do PSDB, o político afirmou que a desfiliação ocorreu devido a mudanças que aconteceram no partido ao longo do tempo.
"Fui um dos fundadores do PSDB, 33 anos atrás. Não é com alegria que a gente faz isso. Mas é necessário. Estamos vivendo um outro momento da vida política".
Aliado histórico de Alckmin, o ex-deputado estadual Pedro Tobias, que foi presidente estadual do PSDB, tambem deixou o partido. Nesta quinta-feira, ele afirmou que a sigla se afastou da social democracia. "Após 30 anos, deixo o ninho tucano que, infelizmente, não é mais 'social e democrata'", escreveu ele, no Twitter. Em sua carta de desfiliação, Tobias afirma ainda que hoje o partido é centralizador e "tocado aepnas por vaidades pessoais ou projetos eleitorais".
Ao comentar a polarização política, o ex-governador afirmou que "retomar o diálogo" é fundamental para que o país volte a ter crescimento econômico.
"O que é importante nesse momento, que o país passa por dificuldade, é a pacificação, e o primeiro passo para isso é retomar o diálogo, para poder enfrentar o grande desafio que é a retomada do crescimento, as pessoas terem emprego, renda, poderem viver dignamente".